90 anos sem Carlos Chagas: veja cinco curiosidades sobre o médico

Saúde

A morte do médico sanitarista e infectologia Carlos Chagas completa 90 anos nesta sexta-feira (8). O mineiro é um dos principais nomes da história da medicina brasileira e foi o responsável por descobrir e descrever a Doença de Chagas, batizada em sua homenagem.

Também conhecida como tripanossomíase americana, ela é uma enfermidade negligenciada, mas potencialmente fatal, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. O protozoário é transmitido principalmente por insetos vetores conhecidos como barbeiros. A doença também pode ser transmitida oralmente, por meio da ingestão de alimentos contaminados com fezes de barbeiros infectados, como caldo de cana e açaí, ou ainda por via materno-fetal, transfusões sanguíneas e transplantes de órgãos.

Saiba tudo sobre a Doença de Chagas.

Formado na esteira de uma grande modernização sanitarista do Rio de Janeiro, ele foi amigo de Oswaldo Cruz e aluno de Miguel Couto, dois dos grandes expoentes da área. Carlos Chagas viveu 55 anos e morreu após sofrer um infarto, no Rio de Janeiro.

Carlos Chagas homenageou o também sanitarista Oswaldo Cruz ao batizar o protozoário da Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi. Ele também assumiu o comando do Instituto Oswaldo Cruz após a morte do amigo.

Ele é, até hoje, o único cientista do mundo a descrever completamente uma doença, incluindo os seguintes aspectos:

Chagas foi recrutado por Oswaldo Cruz para acabar com um surto de Malária que assolava os trabalhadores da Companhia das Docas do Estado de São Paulo, que, na época, construíam uma barragem na cidade de Itatinga, no interior paulista. Ele descobriu que a ação deveria ser focada no combate ao mosquito que causava a doença e serviu de exemplo para o mundo inteiro.

Foi Chagas também quem integrou uma missão do Instituto Oswaldo Cruz, de 1910, à Amazônia. A ideia era visitar a população ribeirinha e fazer um diagnóstico das condições sanitárias às quais estavam submetidas as pessoas que viviam ali. Na época, a região também era atingida por uma epidemia de Malária. A viagem serviu de base para fortalecer o movimento que defendia o saneamento das áreas rurais do Brasil.

O médico foi duas vezes indicado ao Prêmio Nobel de Medicina, em 1913 e 1921. Cientistas defendem que Chagas não foi laureado por conta de um costumeiro prestígio com o qual o comitê do prêmio tratava pesquisadores europeus e norte-americanos. Na primeira indicação, ele perdeu para o francês Charles Robert Richet, que pesquisava sobre a anafilaxia. Na segunda vez, o prêmio não foi entregue.

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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/