O ministro da Fazenda caiu numa velha armadilha: a do humor como arma na política.
Tudo começou com memes associando o ministro da Fazenda a impostos — taxas. Típico de uma bolha atacando a outra. Mas, no caso de Haddad, houve uma explosão de memes, sátiras, brincadeiras, piadas, filmes feitos com ajuda de ferramentas de inteligência artificial. Ou seja, furou a bolha e virou um fato político.
Com notável lentidão, a máquina do governo e do PT tentaram responder, mas aí já era tarde. Passaram recibo, como se diz na gíria.
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O problema de fundo não são os memes em si — satirizar o adversário é uma arma tão velha quanto a política. Os memes com Haddad apenas trouxeram, numa linguagem de facílima compreensão, o que já se debate há mais de um ano em relação às contas do governo, que decidiu tratar delas pisando com vontade na receita e não no corte de gastos, corte de despesas, que estão se expandindo, precisando de muita arrecadação.
Defensor dessa política, a única que Lula aceita, Haddad já era visto por críticos como uma espécie de refém da Receita Federal.
O fato político relevante, porém, é quando a sátira, a brincadeira, o meme, o humor refletem um estado de espírito disseminado: o de que ninguém mais aguenta pagar tanto imposto e duvida de que o governo fará qualquer outra coisa a não ser taxar mais.
Memes ganham força quando traduzem uma realidade.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/