A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou novas diretrizes para tirar medidas de pressão. Com isso, as orientações para o diagnóstico de pressão alta foram alteradas.A nova norma foi apresentada durante o 1º Encontro de Departamentos da Cardiologia, que começou nesta sexta-feira (12). O evento ocorre até amanhã (13).O documento que estabelece isso é “as Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório”. O documento foi elaborado por 67 profissionais. Leia mais A orientação foi feita para médicos e profissionais da saúde – portanto, nada muda para os pacientes, apenas para quem realiza o atendimento.“A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco modificáveis para morbidade e mortalidade em todo o mundo, sendo um dos maiores fatores de risco para doença arterial coronária, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal”, informou a entidade em divulgação.De acordo com o relatório “Estatística Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2023” da SBC, cerca de 23,93% da população brasileira tem hipertensão – ou seja, pressão alta.De acordo com a SBC, hipertensão está mais presente entre maiores de 65 anos. Foi estimada a prevalência da pressão alta em 61% desse público.Segundo o médico Audes Feitosa, coordenador das novas diretrizes, o objetivo das novas diretrizes é “orientar médicos e pacientes para aumentar a eficácia de métodos para avaliação da pressão arterial também fora dos consultórios”, que “é uma agenda fundamental para uma abordagem populacional efetiva sobre este fator importante de risco cardiovascular no Brasil e no mundo”.A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) e Automedida da Pressão Arterial (AMPA) são as principais metodologias para se monitorar a Pressão Arterial fora do consultório médico. Essas técnicas ajudam na elaboração de um diagnóstico mais preciso e assertivo para identificar os casos de hipertensão.Com as novas diretrizes, o objetivo é detectar as variações comuns como a hipertensão do avental branco (HAB), hipertensão mascarada (HM), alterações da pressão arterial no sono e hipertensão arterial resistente (HAR), condições não detectadas com acompanhamento restrito aos consultórios.“Estas novas diretrizes oferecem um embasamento técnico e científico altamente qualificado para orientar gestores, médicos e demais profissionais da saúde”, informou Feitosa.O documento mostra que o uso de técnicas ou equipamentos inadequados pode resultar em diagnósticos incorretos. Com as novas “Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório”, a SBC orienta os médicos a não determinarem que o diagnóstico final seja embasado em uma única medida – principalmente pois os indicadores são variáveis.“Níveis pressóricos que não se enquadrem em estágio 3 em ambiente de consultório, por exemplo, devem ser reavaliados em medidas subsequentes para a confirmação diagnóstica, bem como para a definição do estágio de hipertensão”, explicou Feitosa no documento enviado à imprensa.“As medidas de consultório estão sujeitas a inúmeros vieses (erros sistemáticos) e a utilização de outros métodos de medida para o diagnóstico são necessários”, informou a entidade.Uma novidade da nova versão do documento é que a SBC orienta os médicos a olharem para gênero, faixa etária, classe social e condições diversas de saúde.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/