Thiago Carpini mal chegou no Vitória e já enfrentará sua primeira ‘decisão’. De cara, o técnico precisará reverter a derrota sofrida para o Botafogo na Copa do Brasil para avançar às oitavas de final. Isso com o rubro-negro atravessando uma má fase, em um jejum de sete jogos sem ganhar.
A partida contra o rival carioca será nesta quarta-feira (22), às 19h, no Barradão. Como perdeu o duelo de ida, no Rio de Janeiro, por 1×0, o Leão terá que vencer. Se for por dois ou mais gols de diferença, assegura a classificação de forma direta nas oitavas. Se ganhar por um gol de vantagem, leva a definição da vaga para os pênaltis.
Nesta terça-feira (21), Carpini concedeu entrevista coletiva e falou sobre o desafio. O técnico falou em ‘recuperar a autoestima’ do elenco, avaliou o período de treinos como positivo e fez mistério sobre a escalação. Confira.
Período de treinos
Foi um período precioso para nós. Essa parada nos permitiu ter um tempo maior. Foi muito importante para que pudéssemos conhecer os atletas no aspecto individual, de que maneira utilizar, avaliar situações que vinham sendo feitas, dentro do que acreditamos. Essa retomada, não só de Brasileiro, mas desse jogo importante para nós. Cria-se uma expectativa grande pela tradição do Vitória na competição, pelo que esperamos.
Escalação
É muito cedo para dizer que já temos um time definido, ainda vamos nos conhecer melhor. A gente ainda tem tempo para trabalhar, acertar, errar, evoluir. Estamos em um ponto onde todo mundo parte do zero, conhecendo o grupo, os atletas, e a gente irá escolher dentro do que entendemos ser o melhor para quarta-feira.
Qual o maior desafio na estreia?
Toda mudança de comportamento gera adaptação. E adaptação precisa de treino, um certo tempo. O tempo não foi suficiente, mas foi precioso, procuramos aproveitá-lo da melhor forma possível. É resgatar a confiança do elenco, a autoestima dos atletas, não só os que vinham participando. É o que nós temos para temporada, um elenco que já deu resposta desde o ano passado. Esses mesmos atletas precisam dar resposta positiva nesse momento. E a gente espera contribuir nesse processo, dentro das ideias e comportamentos que a gente vem sugerindo no dia a dia.
Estado emocional do elenco
É um desafio também recuperar a autoestima, confiança desses atletas. É um elenco capacitado. Precisamos e vamos trabalhar para dar resposta positiva ao torcedor. As coisas não vão acontecer de uma hora para outra. O que passou, passou. Não adianta a gente carregar esse peso dos sete jogos sem vencer. É um novo ciclo, e temos que projetar novos desafios, novas oportunidades e nova história. Que isso não seja mais um peso. A gente procura dividir essa responsabilidade. Vamos ter o primeiro desafio juntos nesta quarta-feira.
Possíveis reforços
Muito cedo para falar sobre reforços. A gente vai precisar se mexer no mercado, até para potencializar alguns setores, vejo que será de grande importância. Mas antes de ir ao mercado e falar sobre posição, precisamos potencializar os atletas que aqui estão, que são capacitados e têm a minha confiança. Falar que eu conheço bem esses atletas é difícil. Alguns nem treinaram comigo ainda. Três ou quatro dias de treino é pouco para eu falar com propriedade o que cada um pode entregar. Eles têm capacidade, fizeram por onde ter essa oportunidade. Em algum momento vamos precisar que eles deem essa resposta.
Avaliação sobre Daniel Jr.
Treinou muito bem, assim como todos os outros. Um início de trabalho, início de novo ciclo. Renovam-se os ânimos. Os atletas que tinham menos oportunidades passam a vislumbrar oportunidade de ajudar mais o elenco. Isso eleva o nível de competitividade. Não sou de falar individualmente, mas o Daniel tem se comportado bem, não só com a bola. Conheço o Daniel, principalmente na última Série B, que ele fez com o Cruzeiro. Talvez a gente cobrar os comportamentos sem bola. Talvez sejam esses detalhes que faltem para um melhor aproveitamento, o fato dele ter mais oportunidades. E serve não só para o Daniel, mas para todos os atletas, com comportamentos sem bola que não abrimos a bola. Ser uma equipe compacta, organizada, competitiva. E, com a bola, temos vários talentos individuais que a gente tem trabalhado para surpreender o adversário de quarta-feira.
O que traz de inovador para o Vitória
É difícil falar de algo inovador. O futebol não tem uma fórmula, uma receita, mas ideias, opiniões. A gente acredita em algumas coisas, outras não. Mas eu, como comandante, tomo as decisões, tenho as minhas convicções. A gente procura fazer o melhor que vivenciou em cada clube.
O que você conhece da história do Vitória?
O Vitória, todo mundo que vive e acompanha o futebol, sabe da história gloriosa, uma das maiores forças do nordeste. É um clube que teve boas participações recentes na Copa do Brasil, em 2010 fazendo final. Em 2012 teve oportunidade de vencer o próprio Botafogo. É um celeiro de craques. A gente sabe a atmosfera da nação rubro-negra. Esperamos que os ânimos estejam fortalecidos para quarta-feira. Precisamos fazer bons jogos, vencer, trazer algumas ideias que a gente acredita e trazer o melhor para o Vitória. Que esse novo ciclo comece de maneira muito positiva na quarta-feira. E o apoio do nosso torcedor é muito importante. É um jogo delicado, de duas grandes equipes. Começamos em desvantagem, e não podemos nos colocar em situação de resolver de qualquer maneira. É um jogo de inteligência, paciência e que o torcedor vai fazer total diferença. Que a gente possa iniciar o ciclo com vitória.
[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/