Ansiedade pode dobrar risco de desenvolver Parkinson, diz estudo

Saúde

Pessoas com ansiedade podem apresentar um risco duas vezes maior de desenvolver Parkinson, segundo novo estudo publicado no British Journal of General Practice na segunda-feira (24). O trabalho também observou que sintomas como depressão, distúrbios do sono, fadiga, comprometimento cognitivo, hipotensão, tremor, rigidez, comprometimento de equilíbrio e constipação eram fatores de risco para a doença em pessoas com o transtorno.

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda de função motora, diminuição da velocidade e amplitude dos movimentos, e tremores nas mãos ou nos dedos. Pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, investigaram a ligação entre pessoas com mais de 50 anos que desenvolveram ansiedade e, posteriormente, foram diagnosticadas com Parkinson.

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Para isso, a equipe utilizou dados de cuidados primários do Reino Unido entre 2008 e 2018 e avaliou 109.435 pacientes que desenvolveram ansiedade após os 50 anos e os comparou com 878.256 pacientes que não apresentavam o transtorno psiquiátrico.

A partir disso, os pesquisadores rastrearam a presença de sintomas associados ao Parkinson — como problemas de sono, depressão, tremores e comprometimento do equilíbrio — desde o diagnóstico de ansiedade até um ano antes do diagnóstico de Parkinson. O objetivo era compreender o risco de cada grupo desenvolver a doença neurodegenerativa ao longo do tempo e quais poderiam ser os fatores de risco relacionados.

Os pesquisadores descobriram que o risco de desenvolver Parkinson aumentou duas vezes em pessoas com ansiedade, em comparação com o grupo de controle. A descoberta foi feita após a equipe ajustar os resultados para levar em conta idade, sexo, privação social, fatores de estilo de vida, doença mental grave, traumatismo cranioencefálico e demência, fatores que podem afetar a probabilidade de desenvolver a doença em pessoas com ansiedade.

Eles também confirmaram que sintomas como depressão, distúrbios do sono, fadiga, comprometimento cognitivo, hipotensão, tremor, rigidez, comprometimento do equilíbrio e constipação eram fatores de risco para o desenvolvimento de Parkinson em pessoas com ansiedade.

“A ansiedade é conhecida por ser uma característica dos estágios iniciais da doença de Parkinson, mas antes do nosso estudo, o risco prospectivo de Parkinson em pessoas com mais de 50 anos com ansiedade de início recente era desconhecido”, afirma Juan Bazo Alvarez, coautor principal do estudo e pesquisador da UCL Epidemiology & Health, em comunicado à imprensa.

“Ao compreender que a ansiedade e as características mencionadas estão ligadas a um maior risco de desenvolver a doença de Parkinson acima dos 50 anos, esperamos poder detectar a doença mais cedo e ajudar os pacientes a obter o tratamento de que necessitam”, diz.

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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/