Apesar de derrota, Condé comemora atuação contra o Botafogo: ‘Resultado que nos mantém vivos’

Esporte

O Vitória chegou ao quinto jogo seguido sem ganhar na temporada. O resultado adverso mais recente foi a derrota por 1×0 para o Botafogo na noite desta quinta-feira (2), no estádio Nilton Santos, pelo duelo de ida da 3ª fase da Copa do Brasil. 

O Leão entrou em campo com um time modificado. O técnico Léo Condé optou por uma formação com três zagueiros – Zeca, Camutanga e Wagner Leonardo -, além da a volta de Dudu ao meio-campo e Willean Lepo na ala direita, no lugar em que normalmente joga Osvaldo. Após a partida, o treinador explicou a escolha.

“A gente planificou a partida pensando naquilo que analisamos do Botafogo nos últimos jogos, principalmente nas vitórias na Copa Libertadores e contra o Flamengo. A gente sabia que eles tinham um jogo muito forte pelos lados do campo, e queríamos neutralizar. Fizemos a dobra de lateral pelo lado direito, liberei um pouco mais o PK pela esquerda e preenchemos o meio, para ter o controle do jogo. Conseguimos anular bem o Botafogo e tivemos boa posse de bola. O primeiro tempo foi satisfatório, não passamos sustos e tivemos o controle do jogo. Talvez, com mais capricho, poderíamos ter chances melhores”, disse, em entrevista coletiva.

O rubro-negro fez uma atuação equilibrada, criando boas chances de marcar, principalmente no primeiro tempo. No início da etapa final, Dudu ficou perto de balançar as redes, mas escorregou em um lance inacreditável. Coube a Eduardo, aos 19 minutos, marcar o único gol do duelo, para o Botafogo.

“Segundo tempo voltamos bem, com uma dinâmica diferente, jogando no contra-ataque. Tivemos duas, três chances muito claras para fazer o gol. Infelizmente, não fizemos. O Botafogo fez mudanças, colocou titulares, e conseguiu fazer o gol. A partir daquele momento, nossa equipe se desequilibrou dentro da partida. Mas, no todo, acho que saímos com um resultado que nos mantém vivos na competição”, afirmou Condé.

O treinador também falou sobre os cinco jogos seguidos sem vencer nesta temporada. Mas ressaltou a melhora em relação à atuação na derrota anterior, para o Cruzeiro, pelo Brasileirão.

“Incomoda [o jejum] porque a gente não quer ficar tanto sem vencer. Nossa equipe construiu uma estrutura para ser vencedora. São dois títulos em quatro meses. O que nos preocupou foi a derrota para o Cruzeiro (…) Foi bem abaixo, fora dos padrões daquilo que apresentamos até agora. Preocupante. Apesar de estar em uma série de não conquistar bons resultados, de uma certa forma a gente fez bons jogos. Hoje, retomamos isso. Fomos uma equipe intensa, competitiva, de boa posse de bola”, avaliou.

“Esse é o caminho que temos que retomar. Apesar de termos perdido, a performance foi bastante positiva. A partir do momento que sofremos o gol, nos perdemos um pouco. Mas fomos muito bem até ali. É isso que vamos levar para o restante da temporada e para a volta”, completou.

Condé ainda negou ter sido procurado pelo Vasco, que procura novo técnico após a saída de Ramon Díaz. “Até mim, não chegou nada. Já tive consultas, propostas em outros momentos, mas a gente está com a cabeça totalmente voltada para o Vitória. Oficialmente, não fui procurado por ninguém do Vasco”, garantiu.

O Vitória voltará a encontrar o Botafogo no dia 21, para o confronto de volta. A partida será disputada no Barradão, às 19h. Para avançar de fase, o rubro-negro terá que derrotar o adversário por dois gols ou mais de diferença. Um triunfo por um gol de vantagem leva a decisão para os pênaltis. Já empate ou derrota dá a classificação ao alvinegro carioca.

Até lá, há compromissos pelo Brasileirão. O próximo desafio do Leão será neste domingo (5), às 16h, em casa, contra o São Paulo. A partida será válida pela 5ª rodada da Série A.

“Cada jogo tem sua dinâmica, a gente analisa as situações, procura avaliar bem o adversário. Vamos avaliar o que o São Paulo tem de bom, o que podemos aproveitar e o que precisamos neutralizar. Temos que nos reinventar. O modelo de jogo é parecido, mas as dinâmicas, a plataforma a gente varia de jogo para jogo, a partir do adversário”, falou Condé.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Léo Condé:

Psicológico

O resultado foi ruim, mas a performance até os 20 do segundo tempo foi ok. O futebol é feito de momentos. Se a gente fizer o recorte das últimas semanas, realmente não é bom, mas a gente tem sim um recorte de trabalho de um ano e três meses que é altamente positivo. É nisso que a gente se apega. Não tenho dúvidas que o torcedor vai nos apoiar no Barradão. Ano passado também tivemos alguns tropeços e o torcedor nunca nos abandonou.

Gramado sintético e jogo de volta

A gente fez um primeiro tempo muito consistente, de controle de jogo. No segundo tempo o Botafogo nos pressionou mais, mas cedeu espaço para contra-ataques. A gente teve chances, mas não aproveitou. Aí quando sofreu o gol se perdeu um pouco. Em relação ao gramado, é um gramado diferente, mas um bom gramado. Nosso time tem um bom toque de bola, uma boa posse. A gente sempre procura sair com aproximação e tentou fazer isso hoje. É um pouco diferente, mas a equipe se adaptou rápido ao jogo. De uma certa forma, quando você perde, já quer jogar logo. Mas a gente tem atletas chegando, outros voltando de lesão, então a gente ganha tempo para reverter no jogo da volta. Acho que estamos vivos na disputa.

Mudanças na equipe

O Botafogo joga muito pelos lados do campo, a gente tinha que bloquear ali. O Zeca fez uma função sem bola como terceiro zagueiro. Com bola era um construtor, dando muita liberdade para o PK e o Lepo. Como a gente teria essa amplitude pelos lados, tive a ideia de colocar Jean Mota próximo do Matheus, por trás do Alerrandro. Dudu também teve liberdade para chegar mais na frente. O que a gente planejou, a gente conseguiu fazer. O gol são detalhes e a gente não aproveitou. Sobre o Camutanga, ele sentiu o joelho e pediu para sair.

Vai repetir escalação contra o São Paulo?

Como eu falei, vamos avaliar agora. Foram duas viagens em sequência, condições bem desgastantes. Vamos avaliar o adversário e as condições físicas dos nossos jogadores.

Sobre Daniel Jr.

São situações de jogo. A gente queria um pouco mais de jogadores inteiros no setor ofensivo, que foram os casos de Janderson e Luiz Adriano. Depois o Lepo sentiu dor no joelho, e fomos com o Osvaldo para mudar menos a estrutura, entrou como ala pelo lado direito.

Escalação para jogar como visitante?

Tudo é possível. Ano passado, a gente tinha uma maneira bem definida de jogar, e quando começamos a liderar a competição e ser mais estudados, buscamos uma alternativa que nos deu boas vitórias contra Sport, Novorizontino, Ceará. Vamos avaliar com mais calma para saber se mantém ou não.

[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/