Após PT se antecipar, PSD reavalia fidelidade a pautas do governo

Política

Integrantes do PSD avaliam que há menos disposição da bancada de votar com o governo, após verem a candidatura de Antônio Brito (PSD-BA) ser minada. Integrantes do partido afirmam que, com o tamanho que a sigla tem hoje, há uma inclinação para independência. O partido de Gilberto Kassab integra a base aliada do governo Lula e tem três ministérios na Esplanada.

“Vamos estar juntos, mas não vai ter a mesma adesão automática. Quando temos movimentos como o desta semana, uma hora a conta chega”, relatou um deputado da legenda à CNN.

A movimentação, no caso, foi o anúncio do PT de que iria preterir a escolha por Brito para endossar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) ao comando da Câmara. O PSD esperava ter uma aposta dos petistas à indicação da sigla.

Vista como uma reviravolta, o gesto do PT travou qualquer chance competitiva do PSD, já que é a segunda maior bancada da Casa. E a primeira, o PL, horas antes, já tinha anunciado que também iria com Motta.

Há uma avaliação de que o PT não quis correr riscos, se apressou e errou na condução, porque tinha o papel de organizar uma base mais fiel. O movimento foi analisado como muito individual.

A bancada do PSD tem uma reunião marcada na terça-feira (5), para discutir o assunto e tentar chegar a um desfecho. Até lá, a articulação será intensa, com reuniões em São Paulo de Motta com Kassab e Brito.

Enquanto aguardam um “pare ou siga” do presidente da legenda, a avaliação é de que há dois caminhos possíveis: fazer uma composição com Motta ou adotar uma posição mais independente e dar um sinal para o governo.

A CNN apurou, no entanto, que integrantes da bancada petista negam o risco de perder a fidelidade do PSD e avaliam que, até fevereiro, a tendência é que a maioria dos partidos estejam do lado de Motta.

Hoje, o PSD ocupa o cargo de Terceira-Secretaria da Mesa Diretora. Nas conversas intermediadas por Lira, até a possibilidade de oferecer um ministério a Brito surgiu. Integrantes da legenda avaliam que, como o partido já está no governo, não recusaria uma nova pasta.

A sigla foi a que mais fez prefeituras nas eleições municipais deste ano. Venceu em 891 cidades e governará 37,3 milhões de pessoas. O resultado deu força para Kassab que, até esta semana, não queria abrir mão de um candidato para concorrer contra Motta.

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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/