Duas pessoas morreram no estado da Bahia em decorrência do botulismo, uma doença grave causada pela ingestão de alimentos contaminados. Segundo a Secretaria de Saúde, só neste ano foram confirmados seis casos da infecção e, desses, três pacientes permanecem hospitalizados e um teve alta médica.
O botulismo é uma doença rara e não contagiosa de uma pessoa para outra. Ela é causada pela ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C. botulinum), que pode ser encontrada em alimentos contaminados que não têm produção e/ou conservação adequada.
Além disso, o microrganismo pode entrar no organismo por meio de ferimentos na pele.
Segundo o Ministério da Saúde, todas as formas de botulismo podem levar à morte se não tratadas adequadamente e, por isso, os casos são considerados emergências médicas e de saúde pública. Isso acontece porque a bactéria causadora do botulismo produz uma toxina que, mesmo ingerida em pouca quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas.
A principal forma de transmissão da doença é a contaminação alimentar. Nela, ocorre a ingestão de toxinas presentes em alimentos contaminados. De acordo com a pasta, os alimentos mais comuns envolvidos na contaminação são:
Nesse caso, o período de incubação (tempo entre o consumo e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas.
No entanto, existem outras formas de transmissão da bactéria que causa o botulismo. São elas:
Os sintomas mais comuns do botulismo incluem:
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de botulismo (alimentar, intestinal ou por ferimentos), podendo apresentar sintomas comuns entre eles ou específicos. Por exemplo, no botulismo por ferimentos, é comum haver febre, mas não são comuns sintomas gastrointestinais (mais frequentes no tipo alimentar e intestinal). Em alguns casos, os sintomas podem ser leves, dificultando o diagnóstico.
A toxina botulínica, liberada pela bactéria causadora do botulismo, afeta o sistema motor e, por isso, pode levar a complicações sérias de saúde. É o caso da dificuldade para falar, dificuldade para engolir, fraqueza e fadiga, pneumonia por aspiração e problemas no sistema nervoso em geral. Além disso, ela pode levar à insuficiência respiratória que, geralmente, é a principal causa do óbito por botulismo.
A identificação do botulismo é feita através do exame físico pelo médico e pela análise dos sintomas. Durante a consulta, o profissional poderá pedir exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
Em seguida, é realizado o tratamento da doença, que se baseia em medidas de suporte — como uso de medicamentos para aliviar os sintomas e monitorização cardiorrespiratória — e medidas específicas, como uso de soro antibotulínico e de antibióticos para eliminar a toxina circulante no organismo. O soro é fornecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mediante a notificação do caso suspeito em ficha específica.
Segundo o Ministério da Saúde, a prevenção inclui cuidados com o preparo, consumo, distribuição e comercialização de alimentos, além da higienização das mãos e dos alimentos. A pasta também lista as seguintes orientações para prevenir o botulismo:
Mais de 3 mil toxinas da fabricação de alimentos contaminam o corpo
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/