O Brasil é internacionalmente reconhecido pela importância dos seus ecossistemas. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Florestais, 58% do nosso território é coberto por florestas, sendo cerca de 49% pela Amazônia. Os números são relevantes. Considerada o pulmão do mundo, a Floresta Amazônica equivale a 1/3 das florestas tropicais de todo o planeta. Além de ser responsável por uma boa parte da absorção de carbono global, mitigando as emissões de gases de efeito estufa, a Amazônia destaca-se por ter o maior banco genético do mundo. Não bastasse, seus rios caudalosos respondem por quase 1/5 da água doce que deságua nos oceanos. Sem falar na água que é liberada na atmosfera por meio da evapotranspiração das plantas, e que regula o clima num entorno inimaginavelmente vasto, que chega a atingir até países mais distantes, como a Argentina e Uruguai.
Além da Amazônia, o Brasil concentra em seu território outros diversos ecossistemas de importância vital. A Mata Atlântica, mesmo tendo sido muito reduzida ao longo dos anos, ainda abriga uma quantidade significativa de espécies endêmicas e possui um papel crucial na proteção dos rios e mares da região. O Pantanal é conhecido por sua biodiversidade e por seus recursos hídricos. O Cerrado, por sua vez, é origem de importantes bacias hidrográficas, o que o torna fundamental também para a agricultura sustentável. O Pampa abriga uma vasta gama de espécies vegetais e animais, muitas das quais endêmicas. E Caatinga igualmente é rica em espécies de plantas, insetos, aves e mamíferos, o que a torna essencial para proteger a diversidade genética e alimentar, além de sustentar a vida local.
A responsabilidade que o Brasil carrega na regulação do clima global, portanto, não é pequena. Como a comunidade internacional vem observando, o futuro do planeta depende da preservação dos biomas brasileiros. Por isso, o Brasil vem cada vez mais se destacando por sua capacidade de influenciar decisões globais sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Acentuando o protagonismo brasileiro nas questões ambientais, o país prepara para sediar a 30ª Conferência das Partes (COP 30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no Estado do Pará, programada para ocorrer entre os dias 14 e 26 de novembro de 2025. No passado, o país já sediou conferências climáticas relevantes, como a Rio-92 e a Rio+20. Mas a COP 30 é uma oportunidade significativa para discutir questões cruciais para o funcionamento da nossa sociedade e da nossa economia nos próximos anos.
As COP são eventos programados na Convenção da ONU, onde as delegações dos países se reúnem para discutir e negociar ações e compromissos relacionados às mudanças climáticas. Nessa semana, a COP 29 está acontecendo na cidade de Baku, no Azerbaijão. A agenda envolve a apresentação e revisão de relatórios de aconselhamento científicos e tecnológico, bem como de implementação das medidas discutidas previamente. Envolve também discussões sobre mecanismos para evitar, minimizar e abordar perdas e danos associados aos efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo mecanismos financeiros, como o Fundo Verde par ao Clima, o Fundo Global para o Meio Ambiente e outros mecanismos de financiamento climático de longo prazo. Também se discutem mecanismos relacionados ao desenvolvimento e transferência de tecnologia e à capacitação de comunidades, sobretudo em países menos desenvolvidos.
As COPs são, em síntese, momentos cruciais para os países revisem o progresso realizado até o momento em relação aos compromissos climáticos. A COP 30, em Belém do Pará, que se aproxima, oferece uma plataforma significativa para o Brasil e outros países darem continuidade ao diálogo e à implementação de ações concretas serão fundamentais para enfrentar este dos maiores desafios globais do nosso tempo. A responsabilidade de sediar um evento dessa magnitude confere ao país um papel fundamental nas discussões multilaterais, e suas implicações vão muito além das negociações que ocorrerão em um espaço físico. Com a realização da COP 30, o Brasil tem a oportunidade de reafirmar seu compromisso com a sustentabilidade e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Participações ativas em cúpulas internacionais não apenas fortalecem a visibilidade do país, mas também fomentam colaborações essenciais entre nações, pois os desafios climáticos são, por natureza, um fenômeno que transcende fronteiras.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/