Com o início do programa de desconto para veículos do governo federal, depois da publicação da Medida Provisória, nesta terça-feira, as montadoras já começaram a revisar para baixo os valores de alguns de seus veículos que se encaixam nas regras establecidas. Os descontos anunciados variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
Em nota, a Volks informou que a partir de hoje, todas as concessionárias estarão prontas para aplicar os preços já reduzidos. Além disso, a Volkswagen vai expandir a oferta e oferecerá bônus de até R$ 5 mil ou taxa zero aos seus clientes, informou a montadora.
O valor do Polo track já caiu de R$ 82.290,00 para R$ 74.990,00. A Saveiro teve o preço reduzido de R$ 94.490,00para R$ 90.190,00 na versão Robust. O Virtus TSI teve preço reduzido de R$ 104.390,00 para R$ 98.890,00, enquanto o valor do T-Cross Sense recuou de R$ 116,550,00 para R$ 107.550,00.
A Renault publicou em seu site um desconto de R$ 10 mil para o Kwid, com preço de R$ 58.990,00, sem alteração no pacote de equipamentos, como câmera de ré, quatro airbags e controle de estabilidade.
O Kwid tem o mesmo valor do Mobi, da Fiat. Mas a montadora ainda não anunciou o novo preço. A Fiat, em seu site, retirou os valores do Argo e Mobi e informa que “em breve haverá oferta com preço reduzido”. A Hyundai baixou o preço do HB20 1.0 Sense de R$ 82.290,00 para R$ 74,290, 00, desconto de R$ 8 mil.
A Citroen anunciou que o preço do C3 na versão Live passa a ser de R$ 62.990,00, também sem alteração no pacote de equipamentos, como vidros elétricos dianteiros, ar condicionado e direção elétrica. Antes, o carro era anunciado por R$ 69.990,00.
As vendas com descontos do programa serão exclusivas para pessoa física nos primeiros 15 dias. Só depois, pessoas jurídicas poderão comprar. Os descontos valem para veículos com preços até R$ 120 mil. Os descontos vão alcançar cerca de 45% dos modelos disponíveis no mercado.
A economista Juliana Inhasz, professora do Insper, avalia que as faixas de descontos oferecidas com o programa, entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, são pequenas e não terão força para estimular as pessoas a comprar carro zero. Para quem já planejava trocar o veículo, elas podem ajudar a antecipar a troca.
— Os descontos não estimulam que a pessoa tome a decisão de comprar um carro zero. Se o consumidor já pensava em trocar, o desconto pode apenas antecipar essa operação — diz a economista.
O programa, diz Inhasz, vai ajudar as montadoras e concessionárias a reduzir o estoque, mas a produção não vai ser impulsionada. O programa tem duração de quatro meses ou se os incentivos tributários de R$ 500 milhões se esgotarem antes desse prazo.
— É uma medida velha para uma economia nova. As novas gerações já não privilegiam a compra do carro zero. Mobilidade, para essa nova geração, tem outro sentido. E o mercado vem andando de lado pela perda do poder aquisitivo do brasileiro, do aumento do preço dos carros nos últimos anos, pela taxa de juro elevada e endividamento das famílias — observa a economista.
[*] – Fonte: https://extra.globlo.com/