Com o passar dos anos, o cérebro sofre um processo de envelhecimento natural, que pode ser responsável pelo aparecimento de sintomas típicos do comprometimento cognitivo e demência. Mas a forma como esse envelhecimento acontece pode ser diferente em homens e mulheres, de acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira (27).
Publicado no jornal científico Science Translational Medicine, o estudo fornece novas percepções sobre a relação entre envelhecimento do cérebro e a quebra de angiogênese (formação de vasos sanguíneos).
Os vasos sanguíneos do corpo também envelhecem como outras partes do corpo, mas a quebra de pequenos vasos pode ser perigosa para a saúde e pode estar relacionada às formas de demência e comprometimento cognitivo. Por isso, entender esse processo é fundamental para desenvolver novas terapias para a demência.
Os pesquisadores, então, decidiram examinar o envelhecimento cerebral e a angiogênese em grupo de 435 pessoas, além de um conjunto de dados externos de 80 indivíduos idosos para validação. Eles estudaram imagens cerebrais, dados clínicos e marcadores sanguíneos de angiogênese.
Os cientistas identificaram trajetórias de alguns marcadores de formação de vasos sanguíneos associados à melhor função executiva e à menor atrofia cerebral em mulheres mais jovens, mas não em homens. No entanto, essas trajetórias se reverteram aos 75 anos, o que sugere que tanto o sexo quanto a idade são variáveis críticas para estudar.
“A abordagem de modelagem que adotamos neste estudo fornece um modelo para investigação de biomarcadores plasmáticos de doença neurodegenerativa vascular, com grande promessa para diagnósticos futuros e intervenções em ensaios clínicos”, escrevem os autores.
Os achados deverão, ainda, ser validados por estudos futuros, mas poderão orientar novas pesquisas e terapias para demência e distúrbios vasculares do cérebro.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/