Popularmente conhecida como quebra-pedra, a Phyllantus niruri é uma erva amplamente usada e recomendada por profissionais de saúde para o tratamento e prevenção de pedra nos rins (nefrolitíase).
A CNN conversou com especialistas para entender melhor como o chá de quebra-pedra atua no trato urinário, como ele pode ser ingerido e orientações gerais para o consumo seguro da bebida.
O chá de Phyllantus niruri tem efeito diurético. Sendo assim, a bebida ajuda a reduzir a concentração urinária de cálcio e ácido úrico, prevenindo a formação de pedras no rim.
“Ele promove relaxamento do ureter, facilitando a eliminação urinária do cálculo renal. Em pacientes tratados com litotripsia extracorpórea [procedimento que emite ondas de alta energia para fragmentar ou pulverizar o cálculo], as infusões de Phyllantus niruri reduzem a formação de cálculos residuais”, explica Américo Cuvello, nefrologista e head do Centro Especializado em Nefrologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo mostrou empiricamente como a bebida age no organismo. Conduzida com 56 pacientes diagnosticados com cálculos de, no máximo, 10 milímetros, a pesquisa forneceu aos participantes uma infusão diária de 500 mililitros, com 9 g do extrato seco de Phyllantus niruri, durante 15 semanas.
Depois, os participantes ficaram mais 12 semanas sem consumir a infusão (fase de “washout”), durante as quais foram observados efeitos significativos, como redução da pressão arterial e da quantidade média de cálculos renais por paciente (de 3,21 para 2,02).
Verificou-se também o aumento da excreção de potássio e magnésio e melhoria da proporção entre potássio e creatinina – indicadores que contribuem para a redução da formação de cálculos.
Além do efeito diurético e anti-hipertensivo, o chá de quebra-pedra possui as seguintes propriedades:
Além disso, investiga-se um possível efeito da erva para o tratamento da hepatite B – mas ainda não há estudos conclusivos sobre o tema.
Amanda Lima, nutricionista da clínica Gastro ABC, recomenda que a infusão da quebra-pedra seja feita com 20 a 30 g por litro de água. A especialista ainda indica a ingestão do chá de uma a duas vezes por dia.
Ela ainda recomenda outras formas de consumo diário da erva:
A especialista também sinaliza que o consumo da erva é contraindicado para menores de 6 anos, lactantes e gestantes. “Suas propriedades ultrapassam a placenta e podem causar aborto [espontâneo]. No leito materno, pode alterar o sabor”, diz a nutricionista.
Cuvello complementa a recomendação lembrando que não há dados na literatura médica sobre o uso da Phyllantus niruri em crianças e gestantes.
É importante reforçar que o uso do chá de quebra pedra deve ser sempre usado como parte do tratamento de excesso de cálcio e ácido úrico na urina, sendo assim um complemento e não um substituto de outros métodos convencionais.
Outro ponto de atenção é que seu consumo deve ser sempre orientado e prescrito por um médico. “O paciente com pedra nos rins, antes do tratamento, deve procurar um nefrologista ou urologista para investigar o metabolismo urinário e diagnosticar o motivo que levou à formação das pedras (…) Desaconselha-se o uso sem uma avaliação e prescrição médica”, aponta Cuvello.
De acordo com o Banco de Plantas do Horto Didático de Plantas Medicinais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a quebra-pedra é uma erva de, no máximo, 50 centímetros de altura, com caule fino e folhas alongadas – que reúnem-se em um eixo central, com duplas de até 1 centímetro separadas por ele.
Possui flores pequenas, sendo amarelas ou esverdeadas na parte inferior dos ramos. Seu fruto é minúsculo, com até 1 mm de diâmetro.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/