Ciclistas baianos são convocados para a Olimpíada de Paris-2024

Esporte

O Brasil já tem seus representantes definidos para o ciclismo nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. E dois deles são baianos: Ulan Galinski, do Mountain Bike (MTB), e Paôla Reis, do BMX Racing. Os dois foram convocados pela Confederação Brasileira da modalidade (CBC) e farão suas respectivas estreias na maior competição esportiva do mundo.

Aos 25 anos, Ulan conseguiu a vaga graças aos pontos somados durante os dois anos de corrida olímpica. Ele terminou o ranking na primeira colocação, com 1.862 pontos, e vai competir na categoria de trilhas na França entre os dias 27 e 28 de julho. No moutain bike feminino, a convocada foi Raiza Goulão, de 33 anos.

“É a realização de um sonho de criança. Eu acreditei nele desde quando era muito improvável. Trabalhei muito durante os últimos anos com o privilégio do apoio de dezenas de pessoas. Vai ser uma grande oportunidade porque não estou ainda no radar como os favoritos. Isso tira a pressão de cima de mim e a coloca nos outros, o que pode me ajudar no processo. Pretendo fazer a melhor preparação da minha vida para eu poder surpreender o mundo”, comemorou Ulan, que é natural de Palmeiras, na região da Chapada Diamantina.

Paôla Reis, por sua vez, foi selecionada no BMX racing. Aos 24 anos, ela foi a responsável por conquistar a classificação brasileira na modalidade em Paris-2024, ao vencer o Pan Americano no Equador, no ano passado. Mas, como as vagas do ciclismo não são nominais – ou seja, pertencem ao país e não ao atleta -, era necessário atender aos critérios estabelecidos pela CBC anteriormente. Mas a baiana se manteve no primeiro lugar no ranking nacional e foi oficialmente confirmada para sua primeira edição olímpica.

“Desde que comecei a andar de bike, queria participar das Olímpiadas. Estou me preparando desde o início. É um momento muito feliz! Foi uma preparação dolorosa. Me superei bastante esse ano porque tive uma lesão, mas já voltei a competir e estou 100% recuperada”, celebrou.

Paôla, inclusive, já tem passagem marcada para o sábado (8). Ela irá passar 50 dias em Paris treinando para a competição, sendo 30 destes na pista oficial dos Jogos. “Já competi nessa pista no início do ano. É uma pista difícil, perigosa e esse treinamento é importante para ficar mais à vontade no circuito”, explicou.

A competição olímpica, aliás, vai acontecer em um modelo diferente do que Paôla está acostumada. “É diferente do circuito mundial, porque vai ter uma fase classificatória correndo três baterias classificatórias, uma fase de quartas de finais correndo mais três baterias. No dia seguinte, uma semifinal com três baterias classificatórias e uma final. Além disso, tem uma repescagem das quartas para a semi em que dois atletas vão se classificar”, explicou o treinador da atleta, Leonardo Gonçalves.

Por isso, o técnico reforçou a importância do preparo mental e físico. Mesmo com a dificuldade da competição, Leonardo ressaltou que Paôla chega com condições de não só competir, mas de também trazer uma medalha para o país. As provas do BMX acontecem nos dias 1° e 2 de agosto, no estádio de BMX Saint-Quentin-en-Yvelines.

“Ela tem uma característica de muita força. É uma atleta muito explosiva. Para praticar o BMX nessa fase, que é o BMX Supercross – com rampas grandes e um obstáculo de saída de 8 metros de altura-, tem que chegar a 60 km por hora em 4 segundos e pular uma rampa de 15 metros. Então, tem que ter um perfil arrojado. Ela é assim. Paôla teve a base projetada para chegar a esses resultados”, afirmou.

O Brasil também vai competir no ciclismo de estrada em Paris, com Tota Magalhães e Vinicius Rangel. O país ainda luta por uma vaga no BMX Freestyle Park, cuja última etapa acontecerá em Budapeste, na Hungria, entre 20 e 23 de junho. Por outro lado, não haverá representantes nacionais no ciclismo de pista.

[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/