A escolha do método para lidar com a menstruação vai além de uma simples preferência: envolve considerações individuais sobre higiene, conforto e praticidade.
Com tantas opções disponíveis — como absorventes externos, internos, coletores menstruais, calcinhas absorventes e paninhos reutilizáveis — é comum surgirem dúvidas sobre qual é o mais adequado para cada situação. Mas, afinal, qual deles oferece a melhor proteção e segurança?
“A menstruação é a descamação mensal da parte interna do útero, chamada endométrio”, explica Marcia Fuzaro Terra Cardial, ginecologista e professora da FMABC e vice-presidente da CNE Febrasgo.
Esse processo é regulado por hormônios ovarianos e ocorre geralmente 14 dias após a ovulação. O ciclo menstrual, em média, varia de 25 a 32 dias e dura entre quatro e sete dias, podendo haver variações individuais.
Além de escolher o método mais confortável, é fundamental considerar fatores como o fluxo menstrual, a prática de atividades físicas e a frequência com que cada produto precisa ser trocado. Abaixo, apresentamos um comparativo entre as principais opções, com foco na higiene e conforto.
O coletor menstrual é uma das alternativas mais higiênicas, pois é feito de silicone medicinal e, quando higienizado adequadamente, possui baixo risco de infecções. “Deve ser esvaziado a cada 6 a 12 horas, dependendo do fluxo, e esterilizado antes e após o uso”, afirma Cardial. Ele também é indicado para mulheres com fluxo intenso, devido à sua maior capacidade de retenção.
No entanto, o coletor pode causar desconforto em algumas mulheres durante a inserção e remoção, especialmente no início do uso. É uma boa opção para quem busca praticidade, mas é importante ter atenção à correta higienização para evitar complicações.
O absorvente externo é uma das opções mais populares por sua facilidade de uso e troca. No entanto, como alerta Lorenna Belladonna, ginecologista do Complexo Hospitalar de Niterói, no Rio de Janeiro, “por ficarem em contato direto com a área genital externa, podem aumentar o risco de proliferação bacteriana e odores indesejáveis, principalmente se não forem trocados regularmente”. A recomendação é trocar o absorvente a cada quatro a seis horas, dependendo do fluxo.
Essa opção pode ser mais confortável para algumas mulheres, mas, para aquelas com pele sensível ou propensas a irritações, é melhor optar por absorventes externos com camada suave ou de algodão, sem perfume.
O absorvente interno, também conhecido como tampão, é discreto e permite uma maior liberdade de movimento, sendo ideal para a prática de atividades físicas. Contudo, o uso prolongado sem troca aumenta o risco de Síndrome do Choque Tóxico (SCT), uma condição rara, mas grave e que se caracteriza por um conjunto de sintomas provocados por toxinas bacterianas.
“A troca deve ser feita a cada quatro a oito horas para evitar infecções e garantir a segurança”, orienta Belladonna.
A calcinha absorvente é uma opção confortável e reutilizável, prática para o dia a dia, pois não requer trocas frequentes.
Entretanto, precisa ser lavada adequadamente após cada uso para evitar a proliferação de bactérias. Modelos com maior capacidade de absorção são recomendados para quem tem fluxo intenso.
O paninho, ou absorvente de pano, é uma escolha ecológica e econômica, mas requer cuidados de higiene rigorosos. “Deve ser lavado diariamente e bem seco para evitar o acúmulo de bactérias”, alerta Cardial.
Apesar de confortável para algumas mulheres, pode não ser tão prático, especialmente fora de casa.
A troca regular é essencial para evitar irritações e infecções. Dormir sem proteção não é recomendado durante o período menstrual, especialmente para quem tem fluxo moderado a intenso.
“Escolher a opção adequada para cada necessidade, como absorventes noturnos ou calcinhas absorventes, garante conforto e segurança”, sugere Belladonna.
Cada mulher deve encontrar o método que melhor se adapta ao seu corpo e estilo de vida, sempre considerando a higiene e a segurança.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/