Em tempos de adversidade, a inteligência emocional se torna amais valiosa, pois ajuda a evitar reações impulsivas e a lidar com o estresse. Mas o que exatamente é inteligência emocional e como ela pode ser desenvolvida?
Seja no ambiente de trabalho, em relações pessoais ou diante de crises inesperadas, a forma como lidamos com nossas emoções pode determinar o sucesso ou fracasso de nossas ações.
Nesse contexto, a inteligência emocional surge como uma habilidade essencial, capaz de ajudar a compreender, gerenciar e expressar sentimentos de forma adequada às ocasiões.
Popularizado por Daniel Goleman, o conceito abrange mais do que apenas o controle das emoções. Ele envolve também a habilidade de reconhecer e influenciar os sentimentos dos outros.
A psicóloga Rosângela Casseano explica oomo a inteligência emocional vai além de apenas gerenciar as próprias emoções: “Ela envolve autoconhecimento, autorregulação, empatia, habilidades sociais e motivação, que nos ajudam a lidar com o estresse, comunicar-se de forma eficaz e construir relacionamentos saudáveis”.
Esses cinco pilares são cruciais para quem busca melhorar sua reação diante de situações difíceis.
Durante adversidades, a capacidade de reagir de forma menos impulsiva e mais adaptativa pode ser a diferença entre um resultado positivo e uma série de complicações emocionais e comportamentais.
Desenvolver essa competência não acontece da noite para o dia. De acordo com Casseano, o primeiro passo é investir no autoconhecimento.
“O processo psicoterápico pode ser muito eficaz, pois oferece um espaço de reflexão sobre suas emoções. Anotar situações em que você se sentiu desafiado e como reagiu é uma maneira prática de identificar padrões emocionais”, orienta.
A psicóloga destaca também a importância da autorregulação, sugerindo técnicas como a respiração profunda e a meditação para acalmar a mente em momentos de estresse.
Além disso, praticar empatia — ouvindo ativamente as pessoas e tentando ver as situações do ponto de vista delas — é uma habilidade que ajuda a entender e validar as emoções dos outros.
Por fim, Casseano recomenda o desenvolvimento de habilidades sociais, como a comunicação assertiva e o feedback construtivo, além de manter-se motivado, estabelecendo metas que inspirem e aumentem a resiliência emocional.
Embora as experiências da infância e adolescência sejam fundamentais para a construção das habilidades emocionais, especialistas concordam que é possível desenvolver inteligência emocional na fase adulta, mas com desafios específicos.
“As experiências de vida dos adultos podem ser grandes aliados no aprendizado, mas padrões de comportamento já estabelecidos podem dificultar o processo”, diz a psicóloga.
Marta Rossini, especialista em inteligência emocional e neurociência, complementa que a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se adaptar e modificar ao longo do tempo, diminui à medida que envelhecemos, mas isso não impede o desenvolvimento.
“Com vontade e determinação, somos capazes de alcançar o inimaginável”, ressalta.
Tanto no trabalho quanto em casa, ambientes de alta pressão são mais comuns do que nunca. Para Rossini, lidar com o estresse é essencial para cultivar a inteligência emocional.
“Técnicas como meditação, respiração e autoconsciência são valiosas para regular emoções em momentos críticos. Compreender que somos responsáveis pelas nossas reações e que podemos escolher a qualidade dos nossos pensamentos é crucial”, afirma.
“As emoções sempre irão se manifestar em nossas vidas, com ou sem a nossa permissão. Aprender a gerenciar isso não é nato, precisa investir tempo e desejo como em qualquer outro tipo de aprendizado”, acrescenta a especialista.
Casseano sugere que aprender a reconhecer emoções antes de reagir pode ser o primeiro passo para melhorar o controle emocional. “Pergunte-se: ‘O que estou sentindo agora? Por que me sinto assim?’ Isso aumenta a autoconsciência e previne reações impulsivas.”
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/