O telescópio Euclid, operado pela Agência Espacial Europeia (ESA), é a nova aposta dos astrônomos para observar a matéria escura do Universo. Lançado em julho de 2023, seu objetivo é, em seis anos, registrar dados de bilhões de galáxias a até 10 bilhões de anos-luz de distância, fazendo um mapa completo de um terço do céu.
As pesquisas começaram oficialmente em fevereiro de 2024 e a meta é que a ferramenta consiga completar 15% de sua missão no primeiro ano de atividade. A previsão de vida útil é de seis anos, com possibilidade de prorrogação a depender da quantidade de gás para propulsão que ainda estiver disponível.
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O Euclid faz parte de uma missão europeia da ESA com contribuições da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos). O projeto completo conta com 2 mil cientistas de 300 institutos vindos de 13 países da Europa, além de Estados Unidos, Canadá e Japão.
A pesquisa a ser feita no espaço deve responder a algumas perguntas como: qual a estrutura e a história da teia cósmica — filamentos de matéria escura, que muitos astrônomos acreditam formar a base do universo; qual a natureza da matéria e da energia escura; como a expansão do Universo mudou ao longo do tempo; e confirmar se a nossa compreensão da gravidade está completa.
NGC 6744, uma das maiores galáxias espirais além da Via Láctea
O aglomerado de galáxias Abell 2764, localizado no canto superior direito da imagem, e também a estrela V*BP-Phoenicis/HD 1973, que está na Via Láctea, é quase brilhante o suficiente para ser vista a olho nu
O Euclid conseguiu registrar galáxias do grupo Dorado se fundindo durante a observação. O aglomerado é um dos maiores e mais jovens encontrados no Universo, tendo várias de seus sistemas ainda se formando e interagindo uns com os outros
Abell 2390 é um aglomerado de galáxias e imagem do Euclid registrou mais de 50 mil delas. Esses sistemas contêm enormes quantidades de massa (até 10 trilhões de vezes a massa do Sol), sendo grande parte dela na forma de matéria escura
O Messier 78 é um berçário estelar com poeira interestelar em seu entorno. A imagem obtida pelo telescópio foi processada utilizando sua câmera infravermelha, permitindo que fossem descobertos novas estrelas e planetas recém-nascidos
Além disso, o Euclid realizará análises com infravermelho de centenas de milhões de galáxias e estrelas no mesmo céu, permitindo que os cientistas investiguem em detalhes as propriedades químicas e os movimentos de muitos alvos de estudo.
Veja abaixo um vídeo que apresenta o telescópio (em inglês).
Nomeado em homenagem ao matemático grego Euclides de Alexandria, o telescópio mede 4,7 metros de altura e 3,7 metros de diâmetro. Sua estrutura é formada por dois módulos: o de serviço, que carrega sistemas de satélite com ferramentas para processamento de dados, propulsão, geração e distribuição de energia elétrica, entre outros; e o de carga útil, que leva um telescópio, uma câmera de comprimento de onda visível e um espectrômetro de infravermelho.
O Euclid pesa no total duas toneladas e está em um ponto da órbita chamado Lagrange Sol-Terra 2 (L2), ficando a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da superfície da Terra. Nesta mesma localidade estão os telescópios espaciais Gaia e Webb.
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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/