Contorno natural com protetor solar? Veja os riscos da tendência viral

Saúde

Já não é novidade dizer que o TikTok é uma das principais fontes de tendências de beleza da geração Z.Por lá, são milhares de vídeos que “revelam” segredos de skincare com as mais diversas promessas que vão de melhorias na textura facial até formas de manter a produção intacta por mais tempo, por exemplo.Recentemente, a tag #sunscreencontouring, algo como “contorno de protetor solar”, em português, ganhou força na rede. Como o próprio nome sugere, a técnica consiste em aplicar protetor solar em determinadas regiões do rosto para garantir linhas de bronzeado que contornam a face.was it worth it 😭 #sunscreencontouring @Supergoop ♬ love game speed up – 🎼🎧🎼 À CNN, Thiago Martins, biomédico, professor e mestre em Medicina Estética, explica que a prática é arriscada e desaconselhada por profissionais de saúde.“A exposição ao sol sem proteção adequada aumenta significativamente o risco de danos solares, como queimaduras, envelhecimento precoce da pele e, mais gravemente, o desenvolvimento do câncer de pele. A ideia de usar protetor solar para criar linhas de bronzeamento deliberadas pode levar a uma proteção inconsistente”, diz.Segundo ele, o bronzeamento pode criar temporariamente um efeito de contorno no rosto, no entanto é importante destacar que os efeitos do método natural não são comparáveis aos benefícios seguros proporcionados pela maquiagem ou técnicas de contorno cosmético.“Além disso, os danos solares acumulados podem resultar em hiperpigmentação, manchas e textura irregular da pele, comprometendo a sua saúde e aparência a longo prazo”, garante.Thiago ainda afirma que a tendência de passar dois protetores com filtros diferentes também não é recomendada.“Primeiramente, isso pode resultar em proteção solar inadequada, especialmente nas áreas onde se utiliza um FPS (Fator de Proteção Solar) mais baixo. Além disso, a eficácia do protetor solar não depende apenas do fator, mas também de uma aplicação uniforme e na quantidade adequada”, diz.“Misturar produtos com diferentes taxas pode levar a uma falsa sensação de proteção, aumentando o risco de danos solares. O ideal é o uso de um FPS adequado de maneira correta em todo o rosto, reaplicando sempre que necessário, especialmente após a exposição ao suor ou à água”, acrescenta.De acordo com Lucas Miranda, médico dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é necessário verificar o fator de proteção solar, que indica o nível de proteção contra os raios UVB. A recomendação geral usar um protetor solar com FPS 30 ou superior, que bloqueia cerca de 97% dos raios UVB.“Para isso, procure por protetores solares que ofereçam proteção de amplo espectro, o que significa que protegem tanto contra os raios UVA quanto UVB. Os raios UVA são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele e podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de pele”, conta à CNN.Ainda segundo ele, se o paciente tem pele sensível, é importante procurar protetores solares formulados para peles sensíveis ou hipoalergênicos. Para pele oleosa ou propensa a acne, a escolha deve ser de produtos não comedogênicos e livres de óleo.“Os protetores solares vêm em várias formas, como cremes, loções, géis e sprays. O usuário deve escolher um que se adapte ao seu tipo de pele e à área de aplicação (por exemplo, existem protetores específicos para o rosto e para o corpo)”, entrega.“Para aqueles que transpiram muito ou que vão mergulhar, seja em piscinas, cachoeiras, rios ou no mar, é válido escolher um protetor solar resistente à água. Lembrando que precisará reaplicá-lo conforme indicado na embalagem, geralmente a cada duas horas ou após sair da água”, complementa.“Não aplicar protetor solar uniformemente pode levar a uma proteção desigual, resultando em bronzeamento ou queimaduras solares irregulares. Porém, o protetor solar em si não causa manchas na pele. Pelo contrário, ao proteger a pele da exposição solar excessiva, ajuda a prevenir manchas causadas por danos solares, como melasma e hiperpigmentação”, diz o médico. Leia Mais
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/