A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença respiratória contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Apesar de ser mais comum em crianças, a doença pode afetar pessoas de todas as idades. Bebês menores de seis meses são mais suscetíveis à doença e apresentam maior risco de complicações graves, como pneumonia e até mesmo morte.
A tosse seca é o principal sintoma da coqueluche, podendo durar semanas ou meses e ser acompanhada por vômitos e dificuldade para respirar. Outros sintomas podem incluir febre, coriza e nariz congestionado. Além das vias respiratórias, a coqueluche pode afetar a traqueia e os brônquios.
“Na primiera e na segunda semana, o paciente pode apresentar sintomas semelhantes a uma gripe, com coriza, febre baixa e tosse leve. Com o passar do tempo, a tosse vai progredindo, se tornando mais severa”, explica Vanessa Truda, infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos.
“Os episódios de tosse severa podem terminar em um som agudo característico ao inalar, o ‘guincho’ da coqueluche. As crises de tosse podem desencadear vômitos e cansaço extremo”, completa a médica.
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A coqueluche é transmitida pelo contato direto com as secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Isso ocorre através de gotículas eliminadas durante a tosse, espirro ou fala. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos contaminados com secreções de pessoas doentes, embora essa forma de contágio seja pouco frequente.
O período de incubação da doença varia de cinco a 21 dias, o que significa que uma pessoa pode estar infectada e transmitir a doença sem apresentar sintomas.
Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis:
“Os principais fatores de risco para a coqueluche estão relacionados à falta de vacinação. A imunidade contra a doença é adquirida em crianças quando elas recebem as três doses da vacina, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. No entanto, mesmo adultos que foram vacinados na infância podem ficar suscetíveis à doença, pois a eficácia da vacina pode diminuir com o tempo”, explica Simone Fernandes, infectologista na Conexa, plataforma de telemedicina.
A vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) é aplicada em crianças a partir dos dois meses, com reforços aos 4, 6 e 15 meses. A vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche acellular) é recomendada para adolescentes e adultos a partir dos 10 anos, com reforços a cada 10 anos.
Segundo os especialistas, além da vacinação, outras medidas de prevenção podem ajudar a reduzir o risco de contágio, como cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, lavar as mãos com frequência e evitar contato próximo com pessoas doentes.
Em caso de suspeita de coqueluche, é importante procurar atendimento médico o mais rápido possível. O diagnóstico da doença é feito através de avaliação clínica, exames laboratoriais e exames de imagem.
O tratamento da coqueluche é feito com antibióticos, que podem ajudar a reduzir a duração da doença e o risco de complicações.
“As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte”, acrescenta Simone.
A vacina faz parte do calendário vacinal do SUS (Sistema Único de Saúde) e é oferecida gratuitamente nos postos de saúde.
Ela está disponível para crianças, em três doses: aos 2, 4 e 6 meses, com intervalo de 60 dias entre as doses. Além disso, há dois reforços: 1º reforço dos 15 meses aos 18 meses, e o 2º reforço dos 4 a 6 anos.
Já para adultos, está disponível o reforço a cada 10 anos (dTpa) para grupos considerados de alto risco como gestantes, puérperas e profissionais de saúde. Para os demais, o reforço a cada 10 anos é feito apenas com a dupla adulto (dT), que imuniza contra difteria e tétano.
Vacinação baixa entre gestantes eleva risco de doenças graves em bebês
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/