Corrida, caminhada ou bike: qual é o melhor aeróbico?

Saúde

O exercício aeróbico, popularmente chamado de “cardio“, é fundamental para melhorar a capacidade cardiorrespiratória e, consequentemente, aumentar a saúde e função circulatória do coração. Além disso, ajuda a aumentar o gasto calórico, podendo contribuir para a perda de peso. Mas em qual atividade apostar: caminhada, corrida ou bike?


De acordo com Carlos Leandro Tiggemann, professor das disciplinas de treinamento físico do curso de Educação Física do Centro Universitário FSG, a corrida é uma opção mais intensa de cardio, que pode aumentar o gasto calórico para o emagrecimento e melhorar a capacidade aeróbica.


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No entanto, o especialista ressalta: o melhor exercício aeróbico pode variar dependendo do objetivo e do nível de condicionamento físico da pessoa. “O conceito de melhor é sempre muito subjetivo e individual. O que é melhor para um pode não ser o melhor para o outro. De forma geral, existe o tipo mais adequado para cada perfil”, afirma à CNN.


Para quem é iniciante, por exemplo, a caminhada pode ser a melhor opção de cardio. Isso porque é uma atividade de menor intensidade, impacto e que exige um menor condicionamento físico. “O caminhar é o movimento mais básico de todos, oferece uma menor sobrecarga nas articulações e não exige equipamento, então é uma boa opção para quem quer iniciar”, comenta.


O ciclismo também entra como uma boa alternativa para iniciantes na rotina de atividades físicas, desde que eles já saibam andar de bicicleta. Se for preciso aprender o esporte, talvez ele não seja a melhor opção. “A bicicleta tem a grande vantagem de diminuir o impacto nas articulações, porque você não descarrega o seu peso sobre o tornozelo, joelho, quadril e lombar”, afirma Tiggemann. “Em contrapartida, você tem uma maior sobrecarga na região do púbis e uma descarga maior sobre os punhos, cotovelos e ombros”, contrapõe.


Já para quem é mais avançado nas atividades físicas, se houver o interesse de progredir a intensidade do exercício aeróbico, a corrida pode ser a melhor opção. “Essa seria uma atividade de segundo plano, porque exige uma intensidade maior e uma preparação física prévia”, ressalta o professor.


Para quem busca o emagrecimento, a corrida também é uma boa opção já que, por ser mais intensa, aumenta o gasto de calorias, auxiliando no déficit calórico necessário para a perda de peso — quando alinhado a uma alimentação equilibrada e bom baixo consumo de calorias. “Quanto mais intenso um exercício, maior a capacidade de gastar energia”, afirma Tiggemann.


Porém, o especialista ressalta, mais uma vez, que isso pode depender do condicionamento físico de uma pessoa: “Na mesma intensidade que ajuda a emagrecer a aumentar a capacidade aeróbica, a corrida pode prejudicar as articulações. Então, é preciso que a pessoa esteja bem preparada fisicamente para essa demanda. Se ela não estiver, a caminhada e o ciclismo dão conta de auxiliar no processo de emagrecimento”, enfatiza.


Segundo o professor, de forma geral, todos os exercícios aeróbicos — até mesmo outras opções, como natação, hidroginástica, remo ergométrico, elíptico, aparelhos de escada, entre outros — são benéficos para a saúde cardiorrespiratória e apresentam vantagens semelhantes quando realizados em uma duração entre 20 e 40 minutos.


No entanto, ele enfatiza, mais uma vez, que o condicionamento e a preparação física prévia pode influenciar nos resultados obtidos com o exercício cardiovascular.


“O que muda entre todas essas opções é a região muscular que está sendo exercitada. Na corrida, por exemplos, os músculos inferiores têm que estar bem condicionados. Na natação, os membros superiores precisam estar fortes, por exemplo”, cita. “Na comparação entre corrida e ciclismo, por exemplo, a corrida demanda mais da panturrilha, enquanto a bike, das coxas. Mas no sistema cardiovascular, a demanda é muito semelhante”, completa.


Vale lembrar que, antes de iniciar um treinamento aeróbico, é essencial realizar uma avaliação médica para entender se há riscos ou não oferecidos pela prática. “Pessoas com cardiopatias ou hipertensão não controlada, o risco existe. Por isso, é preciso fazer uma boa avaliação de um profissional de educação física e, se haver necessidade, o encaminhamento para um cardiologista”, afirma Tiggemann.


O mesmo vale para quem tem problemas articulares: é importante a avaliação e o acompanhamento pelo profissional de educação física, além do ortopedista, antes e durante a prática de atividade física.


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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/