A MGI, empresa focada na construção de ferramentas e tecnologias essenciais para ciências, lançou, nesta quinta-feira (18), o Centro de Experiência do Cliente (CEC), em São Paulo. O objetivo é fornecer um local para laboratórios clínicos, hospitais e universidades aprimorarem o aprendizado e a experiência com a genômica, aplicada em medicada de precisão, oncologia, agrigenômica (aplicação do genoma na agricultura) e metagenômica (análise genômica de uma comunidade de microrganismos), entre outros segmentos.A genômica é o campo da ciência voltado para análise e sequenciamento do genoma de um organismo, ou seja, é uma área que se dedica a estudar todo o DNA de pessoas, animais e vegetais. Em termos de saúde, é fundamental para entender a origem genética de tumores e doenças raras, podendo contribuir para o diagnóstico precoce e para o direcionamento ao tratamento adequado. Leia Mais No Brasil, a área da genômica está em crescente expansão. Em 2020, foi criado o Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão, o Genomas Brasil, que visa estabelecer no país as bases para o desenvolvimento da saúde de precisão e sua implementação no SUS (Sistema Único de Saúde). Apesar disso, um dos grandes desafios existentes atuais é preparar os profissionais de saúde para utilizarem adequadamente as tecnologias de sequenciamento genômico.“À medida que aumenta a procura por testes de sequenciação de nova geração no diagnóstico do câncer e no rastreio genético, os hospitais, clínicas, laboratórios e universidades precisam contar com laboratórios de apoio para melhorar as suas capacidades com soluções acessíveis, aumentar a velocidade de processamento de amostras e elevar a qualidade de dados”, afirma Carlos Carpio, Diretor Comercial Sênior da MGI LATAM e Gerente Geral da MGI Brasil.De acordo com Carpio, o CEC “poderá contribuir significativamente para o desenvolvimento científico da região, reduzindo custos de sequenciamento, ampliando as aplicações clínicas e, portanto, tornando diagnósticos e tratamentos de precisão mais acessíveis à população.”No Brasil, o CEC proporcionará um local para laboratórios clínicos, universidades e hospitais realizarem demonstrações e aprimorarem sua formação e experiência com as tecnologias oferecidas pela empresa. As sessões de treinamento serão conduzidas por profissionais qualificados, com demonstrações, avaliações e suporte local.“Ter um centro para a capacitação do consumidor dessas tecnologias é crucial. As ferramentas de sequenciamento genético são complexas, tem equipamentos gigantes. Então, ter um centro que de suporte local e de treinamento é excepcional para agilizar a familiarização com a máquina”, avalia João Bosco de Oliveira Filho, head de genômica do Hospital Israelita Albert Einstein, à CNN.De acordo com Oliveira Filho, a genômica é importante para investigar a causa de doenças raras e de tumores de origem genética, através do estudo aprofundado do DNA. “Essa é uma área abrangente, que extrai informações bastante úteis para o diagnóstico, tratamento e prevenção de diversas doenças e tumores, avaliando também os riscos que uma pessoa tem de desenvolvê-los”, explica.No caso das doenças raras, que são aquelas que possuem baixa incidência de maneira global, a maioria das causas têm origem genética, ou seja, ocorrem por alterações no DNA. No entanto, por serem raras e ainda existir um déficit de conhecimento científico sobre essas patologias, o diagnóstico correto delas pode ser demorado, adiando o início de um tratamento adequado.É nesse cenário que a genômica pode entrar como uma solução. “Ter a disposição projetos de sequenciamento do genoma faz toda a diferença na vida desses pacientes, pois pode acelerar o diagnóstico e melhorar a forma de tratamento”, afirma Oliveira Filho.No Brasil, o projeto Genomas Raros, iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e do Hospital Israelita Albert Einstein, visa realizar o sequenciamento do genoma de milhares de pacientes com doenças raras e história compatível com síndrome de risco hereditário de câncer. O objetivo é encurtecer o tempo necessário para um diagnóstico preciso, para o início de procedimentos preventivos e tratamentos precoces.Ao mesmo tempo, o projeto permite a criação do maior banco de dados genéticos brasileiro de pacientes com doenças raras e risco hereditário de câncer, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje em dia, é crucial estudar a genética do tumor para indicar o tratamento correto, com menos efeitos colaterais”, afirma Oliveira Filho, que também é coordenador do Genomas Raros.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/