Entenda como jogam os times do técnico Thiago Carpini

Sem categoria

Após a demissão de Léo Condé, técnico que levou o Vitória ao primeiro título nacional de sua história, a diretoria do Leão não demorou e anunciou Thiago Carpini para preencher o vácuo deixado pelo ex-comandante. Sob nova direção, a equipe vermelha e preta agora vai precisar se adequar ao estilo de jogo do novo treinador, que possui mais similaridades do que diferenças em relação a Condé.
O Vitória é o nono clube de Carpini, 39 anos, desde o início de sua carreira como treinador, quando salvou o Guarani do rebaixamento na Série B de 2019. O grande ano do ex-volante à frente de uma equipe brasileira foi em 2023. Na oportunidade, Carpini levou o Água Santa-SP à semifinal do Campeonato Paulista e o Juventude para a Série A, terminando a competição na segunda colocação.
Já em 2024, o técnico natural de Valinhos-SP não conseguiu repetir o sucesso dos últimos trabalhos, sendo demitido após 18 jogos à frente do São Paulo. Em meio a esse contexto, Carpini chega a um Vitória com apenas um ponto conquistado na Série A e amargando a 18ª colocação. Em sua apresentação na equipe baiana, ele comentou sobre a base deixada por Condé e as características que enxerga para o Vitória.
“Terão alguns comportamentos dentro daquilo que acredito de amplitude e profundidade, um jogo com a característica do Vitória. Mais vertical e ofensivo”, pontuou.
Dezessete vitórias, 11 empates e quatro derrotas em 32 partidas. Esse foi o retrospecto de Carpini no comando da equipe do Rio Grande Sul, na segunda divisão de 2023. O técnico assumiu o clube alviverde na penúltima colocação e foi o divisor de águas para que a equipe retornasse à elite.
um contra um
Como dito na coletiva, a amplitude e a profundidade são características essenciais para a equipe do técnico funcionar. Os times comandados por Carpini jogam em função de criar situações de um contra um para os jogadores mais avançados, sejam pontas ou laterais. Quem ocupa essa função vai depender do balanço da equipe e da circunstância de jogo.
Para criar essa possibilidade, a fase ofensiva do Juventude de Carpini precisava de atenção desde a saída de bola, formada pelos quatro jogadores da linha defensiva e os dois volantes. Esse movimento, conhecido como saída sustentada, tinha o objetivo de atrair o adversário. A partir disso, as jogadas eram construídas pelas laterais.
Dentro desta dinâmica, os laterais ampliam e os volantes se aproximam de quem tem a bola para apoiar nas triangulações ou inverter o jogo para o outro lado do campo, o que acontecia com frequência.
Já no São Paulo, Carpini precisou mudar algumas de suas concepções pela característica do elenco e pelas lesões. Durante boa parte de sua passagem no clube paulista, o técnico começou com três zagueiros em campo, dando mais liberdade aos volantes em participar da fase de construção. Outro ponto de destaque era o posicionamento dos dois jogadores ao centroavante, já que Luciano e Wellington Rato costumavam centralizar mais o jogo.
“O que procuro fazer nos meus times é alargar o campo para você abrir os espaços de corredores centrais”, explicou durante coletiva como treinador do São Paulo.
Já na fase defensiva, os times de Carpini mostram um padrão de armar um 4-4-2, com o atleta mais “técnico” acompanhando o centroavante, que ele enxerga como um atacante mais fixo, na última linha. A diferença em relação a Condé está na referência usada, já que o Vitória, provavelmente, deixará de marcar individualmente para marcar por zonas.
Carpini costuma colocar suas equipes com o bloco médio, onde exerce grande pressão no adversário quando os rivais têm a posse dentro da zona central do campo.
Adequando-se ao elenco e inserindo o que considera como ideal no estilo do Leão, o primeiro teste do paulista acontece na quarta-feira, quando o Vitória decide a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil com o Botafogo após perder a ida por 1×0. O jogo será às 19h, no Barradão.

[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/