Exposição em SP traz a poética do chão rachado como força do sertanejo

Moda

Nascida em Inhapí, sertão de Alagoas, a artista Geovana Clea retorna ao Brasil com a exposição “Sertões” a partir da sexta-feira (4), em São Paulo.

Diretamente da G.Gallery, na capital paulista, a mostra individual sob direção de Gabi Paína e curadoria da também alagoana Mariana Moura, acompanhará a poética do chão rachado como um símbolo da força do sertanejo e de sua cultura.

Memórias inspiradas na vivência, seja com a natureza, pessoas e lugares, a partir de uma sensibilidade singular também ganharão destaque na proposta. Geovana ainda promete refletir suas raízes e o solo árido, buscando, nas profundezas de sua terra, o enriquecimento que a moldou.

 

Depois das exposições “Sertões Ilha do Ferro” e “Sertões Salão do Móvel de Milão”, a nova mostra tem a promessa de carregar um propósito maior: apresentar o extraordinário ao desconhecido, ressaltando a importância e a necessidade de manter vivas as narrativas dos povos originários e a cultura sertaneja, além de defender a preservação e proteção ambiental.

Atualmente residindo na Itália, Clea revisita os próprios objetivos que germinaram muito antes de partir de Inhapí. Nas margens do rio Trebbia, próximo de onde mora, o barro rachou, trazendo memórias dos tempos passados.

Em recente visita como madrinha da IX edição dos Jogos Olímpicos Indígenas Koiupanká, a artista apresentou em primeira mão a mostra “Sertões”, a convite do povo indígena de sua cidade natal.

As três obras exibidas foram criadas com barros preto, branco e vermelho, recolhidos especialmente por eles para que Geovana pudesse criar seus feitos inéditas que expressam, com pureza, sua identidade.

Nesse contexto, o toá branco, barro extraído de grutas sagradas e de difícil acesso, representa um símbolo de resistência, de ligação com a terra, a origem de tudo.

Já as pedras de toá vermelho simbolizam o sangue de seus antepassados, relembrando as lutas e perdas enfrentadas ao longo da história. Por fim, o preto, extraído do carvão vegetal da planta facheiro, que pinta os corpos, remete à resistência do indígena sertanejo.

SERVIÇO 

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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/