A fibromialgia é uma síndrome clínica caracterizada pela dor em todo o corpo, principalmente na musculatura, acompanhada de outros sintomas como fadiga (cansaço), sono, alterações na memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), essa é uma doença comum, que atinge, em maior parte, mulheres.
A causa exata da fibromialgia ainda não é totalmente conhecida, mas estudos recentes apontam para a possibilidade de ela estar relacionada a alterações no cérebro e na medula espinhal que podem aumentar os níveis de substâncias químicas no cérebro que sinalizam dor.
Segundo a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos nos Estados Unidos, alguns fatores podem levar a essas mudanças no cérebro, como genética (hereditariedade), infecções ou eventos físicos e emocionais, como estresse prolongado ou traumas físicos ou psicológicos. Outros distúrbios reumáticos, como osteoartrite, artrite reumatoide e lúpus, também podem aumentar o risco de desenvolver fibromialgia.
Além disso, de acordo com a SBR, também não é conhecido, ainda, porque a doença afeta mais mulheres do que homens. Do ponto de vista da sociedade, fatores hormonais não parecem estar relacionados ao maior risco da doença, já que a fibromialgia pode acontecer tanto antes da menopausa quanto depois.
A fibromialgia começa como um quadro de dor localizada e crônica que, com o tempo, progride envolvendo todo o corpo. Inclusive, a dor difusa é o sintoma mais característico e importante da síndrome, de acordo com a SBR, e costuma ocorrer ao final do dia, geralmente, mas podendo acontecer também pela manhã.
Além disso, os sintomas da fibromialgia podem incluir:
Segundo a Mayo Clinic, a fibromialgia também pode ocorrer em paralelo a outras condições de saúde, como síndrome do intestino irritável, síndrome da fadiga crônica, enxaqueca, síndrome da bexiga dolorosa, distúrbios da articulação temporomandibular, síndrome de taquicardia postural, ansiedade e depressão.
De acordo com a SBR, a alteração do sono na fibromialgia é frequente e pode afetar 95% dos pacientes com a doença. Geralmente, a dificuldade de manter um sono profundo é um dos sintomas mais comuns e é caracterizado por um sono superficial ou interrompido, reduzindo a qualidade do sono.
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, não é feito por meio de exames. O médico realiza uma entrevista com o paciente, analisa os sintomas e descarta outros problemas que podem se manifestar de forma semelhante. Além disso, são utilizados critérios de diagnóstico específicos para a síndrome, como:
No entanto, segundo a SBR, mesmo que os pacientes não apresentem todos os pontos de dor, o diagnóstico de fibromialgia é feito e o tratamento é iniciado.
Recentemente, o Projeto de Lei (PL) 3010/19, do deputado Dr. Leonardo (Republicanos-MT), fixa diretrizes para o atendimento e acesso a exames complementares, assistência farmacêutica e acesso a modalidades terapêuticas, como assistência farmacêutica e acesso a modalidades terapêuticas (como fisioterapia e atividade física, por exemplo).
Além disso, o texto prevê a necessidade de avaliação biopsicossocial para que a pessoa com essas doenças seja equiparada à pessoa com deficiência.
Segundo a SBR, o tratamento da fibromialgia é realizado através do uso de medicamentos, como relaxantes musculares, neuromoduladores e antidepressivos. Esses medicamentos atuam sobre mecanismos envolvidos na geração e inibição da dor e de outros sintomas da doença, independentemente da condição psicológica do paciente.
Além disso, também são realizados tratamentos não medicamentosos, como a prática de atividade física e fisioterapia. De acordo com a sociedade, as principais recomendações são as atividades aeróbicas, como caminhada e natação, mas hidroginástica, alongamento e fortalecimento muscular também são indicados e podem ser realizados.
Nos casos de distúrbios relacionados à fibromialgia, como distúrbios de sono e síndrome do intestino irritável, podem ser utilizados medicamentos específicos para o tratamento dessas condições também. Além disso, em casos de depressão e ansiedade, pode ser necessário o acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/