Foi no apagar das luzes, mas o Vitória enfim conseguiu vencer no Campeonato Brasileiro. De volta ao Barradão, o Leão jogou melhor que o Internacional e abriu o placar com o volante Willian Oliveira. Após erro de Matheuzinho, Wesley empatou para os visitantes e Wagner Leonardo, aos 51 minutos do segundo tempo, cobrou o pênalti que colocou o Vitória à frente do placar pela última vez na partida. Durante coletiva de imprensa realizada no Barradão, o técnico Thiago Carpini se disse aliviado com o resultado.
“A gente fica feliz e aliviado. Era importante para tirar o peso. A carga emocional que passava esses atletas. Por mais que a gente tente tirar o peso, é inevitável. Eles mereciam muito pelo compromisso, pelo comportamento. Esses três últimos jogos, a gente enxerga evolução. O Vitória foi absoluto no primeiro tempo, com chance de ampliar, teve gol anulado. O segundo tempo diferente, praticamente todo do Internacional. São detalhes a serem ajustados. É importante levar em consideração essa sequência. Sentimos muito fisicamente, com viagens. Fisicamente, os atletas sentiram. Mas a entrega no último minuto. Vale ressaltar o sistema defensivo mais sólido. A gente passa a criar alternativas, para se sentir mais volumoso ofensivamente. É um processo. A melhora vem sendo gradativa. A luta é grande ainda. No meio de semana, um desafio tão grande quanto”, iniciou.
Ainda sobre o emocional da equipe, Carpini pontuou que a evolução vai ser gradual. “Convivi com Evaristo de Macedo. Ele dizia que quando um time perde muito, tem que aprender a parar de perder para começar a ganhar. Não é que faltou coragem. Eu optei em ser precavido. Para reconquistar confiança tem que parar de perder. É começar a entender o jogo. A gente vem evoluindo. É uma construção para ser melhor ainda. Temos que estar atentos a oportunidades de janela, que o Vitória vai precisar. Ninguém aqui tem cadeira cativa. O trabalho é constante. O objetivo é salvar o ano do Vitória. Acredito muito no trabalho, no compromisso desses atletas”, disse.
O comandante do Leão também comentou sobre as mudanças no segundo tempo. Para o técnico, as entradas não surtiram efeito esperado e as mudanças do Internacional elevaram o nível. “As nossas também têm elevado o nível, entrado bem, mas hoje, talvez, em alguns aspectos não funcionaram bem. E não é culpa só deles. É desgaste físico. A ideia era trazer o Inter para o nosso campo e explorar os contra-ataques porque a gente não iria suportar os 90 minutos como no primeiro, com marcação alta. E aí corre o risco de um erro que tivemos, com contra-ataque e gol. Temos que correr menos riscos”, disse.
“Não adianta achar que vai chegar aqui e ganhar de qualquer jeito. Não ganha nem no Campeonato Baiano. Precisamos ter paciência e encontrar equilíbrio. A minha ideia não era a dobra do PK e do Esteves, era uma outra situação que não foge muito do que eu tenho à disposição. Foi pelo volume ofensivo que se criou daquele lado e sobrecarregou o Esteves. O Esteves depois sente. Não era a ideia tirar ele. O Zé Hugo, o desafogo. O Luiz [Adriano] espera que a bola passe. Ele não tem a mesma entrega do Alerrandro, a mesma mobilidade do Zé Hugo, mas tem outros atributos que a gente precisa utilizar da melhor forma. Precisamos encontrar situações para que a bola passe. Pelo primeiro momento, não perder e parar de sofrer gols. Tirando o lance do contra-ataque que tomamos o gol, teve uma bola que o Zé salvou dentro do gol. O Cuiabá não deu um chute no nosso gol. Fomos consistentes contra o Juventude”, completou.
Luiz Adriano vaiado
“Aí eu conto com o torcedor. O que está muito do nosso desafio, não só pontuação, momento do Vitória, evolução, é recuperar alguns atletas. E quando o torcedor não tem paciência com alguns atletas…Eu tento entender as chateações. Mas quando troca o comando é uma nova página, nova história. Nos últimos três jogos, fizemos cinco pontos. São esses atletas que vão dar a resposta. Se a cada jogo vaiar um, dois, três jogadores, como vamos chegar até o final da competição? Eu entendo a chateação, mas é o que nós temos”.
Entrada de Léo Naldi
“Jogador de muita saúde física. Entrou bem contra Cuiabá e Juventude. Vem pedindo passagem. Tento ser o mais justo possível. E entendemos que, para o Inter, seria melhor a saúde física do Léo. O Caio [Vinícius] iria para o terceiro jogo. Temos que administrar isso. Quem tiver as melhores condições físicas e técnicas, a gente vai tentar escolher a melhor. Todos fizeram uma grande partida, de muita concentração e poucos erros. É isso que a gente precisa. Temos mais um desafio no meio da semana”.
Cáceres contra o Atlético-MG
“Atleta que conheço pelo histórico, vem de lesão. A ideia do jogo de Caxias era para que ele pudesse estar junto conosco para entender os processos. Eu já pensando no Lepo que estava pendurado. O Lepo vem jogando com cuidados e não está plenamente recuperado. Chegou a vez do Raul ajudar. A ideia era que ele estivesse próximo de nós, para que ele pudesse contribuir. É um cara que confio muito. Tenho certeza que, com nosso apoio, vai facilitar a entrada desses atletas. A gente tem problemas físicos para administrar agora. Não tenho zagueiro destro à disposição. Por isso que não podemos perder mais ninguém”.
Torcida por Alerrandro
“Tenho torcido para ele fazer um gol, para recuperar ele em definitivo. A ansiedade acaba atrapalhando. Converso com ele sobre o equilíbrio. O que me fez insistir foi não desistir de ninguém. É um cara muito comprometido. Faz tudo para a equipe, e agora precisa fazer para ele. A gente achou que o gol dele seria validado. Que ele possa descansar e ter equilíbrio emocional para continuar trabalhando”.
Jogo contra o Atlético-MG
“A responsabilidade do jogo é do Atlético-MG, que briga por título e Libertadores. Nossa responsabilidade é com nós mesmos”.
[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/