Em encontro com empresários na Cidade do México nesta segunda-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o arcabouço fiscal brasileiro e disse que “economia não tem mágica” nem se “dá cavalo de pau”.
Para ele, é preciso “sensibilidade política” para conseguir chegar aos resultados desejados.
Eu sempre compreendi que em economia não tem mágica. Você não inventa economia, não se dá um cavalo de pau como se estivesse num carro, numa autopista, num país do tamanho do México, e muito menos dá um cavalo de pau numa economia do tamanho da do Brasil. É preciso primeiro sensibilidade política de como que a gente vai dirigir os acontecimentos que nós queremos no México e no Brasil
Aos executivos, Lula defendeu o arcabouço aprovado no começo de 2023, como primeira meta pessoal cumprida, e que serve para garantir que o governo tem “muita responsabilidade fiscal”.
Segundo o presidente, o plano também foi traçado para ter estabilidade econômica, política, social e jurídica. Além disso, que ninguém fosse pego de surpresa pode decisões “na calada da noite”.
“Para isso, tivemos uma conversa muito franca, com empresários brasileiros e de outros países, para que a gente pudesse oferecer ao Brasil, a serenidade e a tranquilidade que o país precisava para ser governado”, disse.
Lula ainda defendeu o crescimento econômico, dizendo que ao retornar ao cargo de presidente, precisou fazer reformas – com sucesso – para conseguir o avanço esperado. Ele ainda criticou quem teve “ceticismo” sobre a retomada do Produto Interno Bruto (PIB).
“Passamos um ano inteiro fazendo isso, eu tinha encontrado com a diretora do FMI e ela, com a certeza absoluta dos burocratas, dizia que a economia cresceria 0,8%. Perguntei com que base ela falava isso, precisava ter conversado comigo, com [Fernando] Haddad”, disse.
“Diziam que a economia ia crescer 0,9%, agora todos surpresos que pode crescer 3,5%. Não é excepcional porque o Brasil já cresceu a 14%. Não é extraordinário, mas em função da realidade da economia, é um crescimento virtuoso”, defendeu.
O discurso de Lula vai ao encontro do que tem pedido o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, o chefe da equipe econômica defendeu o arcabouço fiscal e disse que vem pedindo a Lula que mantenha as despesas dentro das regras estabelecidas.
Segundo ele, essa é “uma questão essencial” para a trajetória da dívida pública e que a questão é uma “preocupação incisiva” do Ministério da Fazenda e da equipe econômica.
“Nada contra pensar num programa, aperfeiçoar um programa, mas tem que ser feito dentro do arcabouço, o arcabouço limitou a despesa”, disse
Haddad também lembrou que, mesmo em meio ao ceticismo do mercado, as principais agências de risco, bem como o Fundo Monetário Internacional (FMI) mudaram as projeções para o crescimento do país.
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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/