Mais que futebol: jogo da Seleção feminina vira sinônimo de representatividade para as mais jovens

Esporte

Representatividade: a palavra que não saiu da boca das torcedoras que prestigiaram o primeiro jogo na história da Seleção Brasileira feminina na Bahia. Em campo, todo o carinho foi correspondido com a vitória tranquila de 4×0 sobre a Jamaica, na noite desta terça-feira (4).

Duas horas antes da partida contra as jamaicanas começar na Arena Fonte Nova, Caroline Sampaio, de 15 anos, já aguardava o início do último amistoso preparatório para os Jogos Olímpicos de Paris. Para ela, que atua como lateral esquerda no sub-17 do Vitória há um ano, não existe outra palavra para definir esse momento.

“Representatividade total. É uma coisa muito importante porque a gente vê que, cada vez mais, o futebol feminino está crescendo. Ter esse jogo aqui [em Salvador] é muito importante para mim”, comemorou, esbanjando alegria com uma faixa feita à mão: “Tamires, você minha inspiração! Me dá a sua camisa”, dizia o texto escrito na cartolina, em referência a lateral esquerda da equipe canarinho.

A emoção tomou conta de mulheres de todas as idades. A professora Sueli Souza, 68, encarou a chuva e compareceu ao jogo por um motivo específico: prestigiar o futebol feminino ao lado da sobrinha de 14 anos, Tâmila Carvalho. A menina joga bola todos os dias, circulando entre as quadras de futsal e o campos de futebol da Ribeira.

“A Seleção feminina precisa de prestígio. Essa menina [Tâmila] é doida por futebol, joga uma bola danada. A vontade de participar desse momento foi ainda mais forte porque é a primeira vez que a Seleção feminina está jogando aqui [na Bahia]”, afirmou a tia, emocionada.

A alegria estampada nos olhos da tia era a mesma encontrada no olhar de Tâmila. “Viver esse momento é maravilhoso porque eu assisto apenas pela televisão e me inspiro muito nas meninas [jogadoras]”. Ao ouvir que, um dia, talvez, poderia ocupar os mesmo espaços que as defensoras da canarinho, ela sorriu: “Deus te ouça”, brincou.

Mãe de duas meninas, a fisioterapeuta Roberta Coelho, 40 anos, compareceu à Fonte com toda a família. Influenciada pelo esposo, torcedor ferrenho do Flamengo e apoiador da Seleção, ela encontrou no jogo histórico a oportunidade perfeita para dar um recado para as filhas: “Esse momento é uma questão de representatividade, principalmente por ser um jogo das mulheres e ter duas meninas. É para minhas filhas saberem que elas podem fazer o que quiserem”, destacou.

Giovanna e Rafaella Burgos, de 12 e 9 anos, respectivamente, estampavam alegria nos sorrisos. “A gente se emociona muito quando vê essas mulheres em campo porque são mulheres que a gente sempre apoiou”, lembrou a mais velha, enquanto a pequena declarava expectativas positivas para a partida. O pai das meninas e o irmão mais novo, Lucca Burgos, 6, também marcaram presença.

Na capital baiana, a Seleção feminina encerrou o ciclo de amistosos que antecede os Jogos Olímpicos de Paris-2024. A jornada em território francês começa no dia 25 de julho, contra a Nigéria, em Bordeaux. O Brasil está no Grupo C da competição e ainda enfrentará o Japão e a Espanha nos dias 28 e 31 do mesmo mês, respectivamente.

*Com orientação do editor Miro Palma

[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/