Marcando nove meses desde o início da guerra em Gaza, manifestantes israelenses bloquearam rodovias em todo o país neste domingo, pedindo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que renunciasse e pressionando por um cessar-fogo, que poderia trazer de volta os reféns detidos pelo Hamas.
As manifestações ocorrem em um momento em que mediadores internacionais renovam os esforços para negociar um acordo. Ontem, o Hamas deu aprovação inicial a uma proposta de cessar-fogo apoiada pelos Estados Unidos em Gaza, após deixar de exigir que Israel comprometa-se antecipadamente com um fim completo da guerra.
O “Dia da Disrupção” de domingo começou às 6h29, momento em que o Hamas lançou os primeiros foguetes contra Israel em outubro. Os manifestantes bloquearam estradas principais e manifestaram-se em frente das casas de membros do parlamento de Israel. Perto da fronteira com Gaza, lançaram 1.500 balões pretos e amarelos para simbolizar aqueles que foram mortos e raptados.
Os combates em Gaza continuam, com nove palestinos mortos em ataques israelenses durante a noite e nas primeiras horas deste domingo. Seis palestinos foram mortos no centro de Gaza depois que um ataque atingiu uma casa na cidade de Zawaida, segundo o Hospital dos Mártires de al-Aqsa. Outro ataque aéreo israelense na manhã de domingo atingiu uma casa a oeste da cidade de Gaza, matando outras três pessoas, disse a defesa civil da faixa, ligada ao Hamas.
Também na manhã deste domingo, o grupo militante libanês Hezbollah disse ter lançado dezenas de projéteis em direção ao norte de Israel, visando áreas a mais de 30 quilômetros da fronteira, mais profundas do que a maioria dos lançamentos. O ataque aconteceu depois que os militares israelenses disseram em um comunicado que um ataque aéreo teve como alvo um carro e matou um engenheiro da unidade de defesa aérea do Hezbollah, no sábado. O Hezbollah confirmou a morte de al-Attar, mas não deu informações sobre a sua posição.
O Ministério da Saúde de Gaza disse no sábado que um ataque aéreo israelense matou pelo menos 16 pessoas e feriu ao menos 50 outras em uma escola transformada em abrigo no campo de refugiados de Nuseirat. Militares israelenses disseram que tinham como alvo militantes do Hamas e que tomaram “várias medidas” para reduzir as vítimas civis.
O compromisso assumido no sábado pelo Hamas poderá proporcionar a primeira pausa nos combates desde novembro e preparar o terreno para novas conversas, embora todas as partes ainda tenham alertado que um acordo ainda não está garantido.
[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/