Meia da seleção vira prioridade em CPI das Apostas

Política

Senadores da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas pretendem dar prioridade ao depoimento do meia da seleção brasileira, Lucas Paquetá, após a fala do empresário William Pereira Rogatto ao colegiado na última terça-feira (8).

Os integrantes da comissão vão se reunir nesta quarta-feira (9) para discutir um novo rumo para a investigação.

Uma das alternativas é partir para a oitiva de Paquetá, que é um dos principais jogadores brasileiros envolvidos em investigações de manipulação de resultados envolvendo casas de apostas.

O jogador do West Ham da Inglaterra foi indiciado em maio pela The Football Association, por forçar o recebimento de cartões amarelos em quatro jogos da Premier League, a primeira divisão do Campeonato Inglês.

Ele já tem dois requerimentos de convite para prestar esclarecimentos à CPI aprovados pelos senadores, mas o dia ainda não foi marcado. A expectativa é avançar com a definição da data nesta quarta-feira. Como não se trata de uma convocação, Paquetá não é obrigado a comparecer.

Outro requerimento, desta vez para ouvir o atacante do Botafogo, Luiz Henrique, que junto com Paquetá foi convocado para as eliminatórias da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, foi retirado de pauta antes da reunião da última terça-feira (8).

A retirada foi uma ação do próprio presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). A justificativa do parlamentar goiano indica uma mudança nos rumos da comissão:

“Agora, a gente acha que não há um motivo pra convocar o Luiz Henrique. Primeiro, nós temos que convocar o (Lucas) Paquetá. Ainda mais depois do que ouvimos ontem do empresário. Então, depois que ouvirmos o Paquetá, aí, sim, em função do que ele falar, a gente pode pensar em Luiz Henrique”, afirmou à CNN.

Kajuru se refere ao empresário William Pereira Rogatto, que admitiu que já lucrou 300 milhões de reais com manipulações de resultados. Ele é investigado na Operação Fim de Jogo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal.

O empresário explicou – na CPI – que pagava jogadores contratados por ele para manipular as partidas. As investigações já identificaram esquema de manipulação do empresário nos estados de São Paulo, Sergipe e Distrito Federal. Mesmo sem fornecer provas claras, fontes ouvidas pela CNN indicam que o depoimento do empresário trouxe fôlego à CPI.

O próprio Kajuru quis saber a visão do empresário sobre o caso Paquetá. Apesar de afirmar que não tem ligação com o jogador do West Ham, Rogatto explicou a diferença entre o caso dele e do jogador.

“O Paquetá foi um caso que, infelizmente, ele mesmo se condenou, né? A gente tem que ser bem transparente aqui. No meu tempo, os jogadores dependiam de mim. Eu era um empresário que remunerava os atletas conforme os clubes não pagavam. Hoje, um caso Paquetá… ele mesmo tomou os cartões”, declarou.

A CPI deve definir, durante a tarde desta quarta-feira (09), a data para ouvir a influencer Deolane Bezerra, alvo de uma operação da Polícia Federal para apurar crimes de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.

O requerimento já foi aprovado pelos parlamentares e, como se trata de uma convocação, ela é obrigada a comparecer a não ser que seja amparada por alguma decisão judicial.

Deolane também deve ser alvo de requerimentos na CPI das BETs, que foi autorizada pelo Senado e deve ser instalada até o fim do mês. Os líderes partidários devem indicar, nos próximos dez dias, os 11 integrantes titulares e sete suplentes para compor o colegiado.

[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/