A derrota para o Corinthians por 1×0 neste domingo (21) afastou o Bahia da disputa pela liderança do Campeonato Brasileiro. Agora, o Esquadrão tem nove pontos de diferença para o Botafogo, ocupando a quinta posição na Série A. No entanto, o revés para os paulistas também marcou a segunda derrota seguida dentro de casa, fato inédito na temporada do time em 2024. Na entrevista coletiva após a partida, o técnico Rogério Ceni lamentou o resultado, mas frisou que é importante seguir de cabeça erguida para o restante do campeonato.
“É um grupo pequeno e nós temos que encontrar soluções. Eu sei que o torcedor fica chateado, nós também estamos tristes e queríamos entregar. Tínhamos mais time para vencer esse jogo, mas não conseguimos. Precisamos adquirir confiança, principalmente no último terço. Nós trocamos muita bola hoje e não conseguimos achar espaço e as melhores oportunidades foram praticamente nos últimos 15 minutos. Nós não podemos baixar a cabeça pelo fato de ter duas derrotas. São pesadas, realmente, mas temos que continuar e tentar melhorar o nível de jogo que a gente vem apresentando”, disse.
Contra a equipe paulista, o Bahia fez um jogo abaixo do que costuma apresentar ao torcedor na atual campanha do Campeonato Brasileiro. O rendimento do time, segundo o próprio treinador, foi condicionado pelo desempenho dos jogadores – que esteve longe do ideal na 18ª rodada da competição. Entre os nomes que deixaram a desejar, o meia Cauly foi defendido por Ceni. “O Cauly continua sendo importante e será importante até o fim da temporada. Realmente acho que ele fez um jogo abaixo do normal hoje. Eu acho que o time todo, na verdade, jogou um pouco abaixo tecnicamente do que a gente costumeiramente joga. Repito, a gente precisa de todas as peças, especialmente do Cauly. Nós sempre vamos precisar dele”, iniciou.
“Eu sempre fui muito fã dos grandes jogadores. Os talentosos, principalmente, que são caras que tentam fazer alguma coisa dentro do jogo. Eu entendo até a pressão que o Cauly sofre, mas se ele estiver cansado, se for uma situação física de desgaste, e nós tivermos uma outra peça para fazer uma função como a dele, nós vamos utilizar, claro, sem dúvida nenhuma. Ele é um jogador que tem força mental. Hoje ele não foi tão bem, mas eu digo pra você, boa parte do time jogou abaixo do normal. E ele é um jogador importantíssimo pra gente”, complementou.
Com a derrota para o Corinthians, a equipe tricolor agora muda o seu foco para voltar a pontuar contra o Atlético-GO nesta quarta-feira (24), no Estádio Antonio Accioly, a partir das 21h30. Para a partida deste final de semana, Ceni ainda não deve contar com o atacante Biel, além do volante Caio Alexandre, suspenso após tomar o terceiro cartão amarelo.
Arias e Cuesta
“O Cuesta eu vejo como um substituto natural no caso de não jogar um zagueiro. É um jogador de boa construção. Sofremos um gol de contra-ataque hoje, não oferecemos muitas oportunidades para o Corinthians. Mais atacamos do que defendemos. O Arias estava jogando regularmente antes de sair. Jogou semifinal, jogou final. Quando voltou estava um pouco cansado, mas hoje tinha condições e jogou. No final senti ele um pouco cansado e optamos pelo Gilberto”.
Bola parada ofensiva
“A gente treina. O Charles [auxiliar] fica mais encarregado dessa bola ofensiva. De Pena e Biel são os dois melhores cobradores, destro e canhoto. O Juba também faz essa cobrança, o Cauly. Realmente não é um time muito alto, não é o ponto forte desse time a bola parada ofensiva. É um time que sofre um pouco nesse sentido. Temos mais a característica de trocar passes, infiltrar. Uma pena a bola não ter entrado hoje. Seria mais justo o empate. Mas repito, foi um jogo que jogamos abaixo do que a gente pode”.
Variações táticas, elenco curto e base
“O Oscar poderia entrar como referência, mas o clube que era dono de seus direitos pediu o retorno. O Biel, quando Cauly não está tão bem, entra para fazer essa função. Ele estava lesionado e tomou cartão. A gente perde opções. Estamos tentando com contratações, com recuperação de jogadores, para que a gente tenha uma opção ou outra. As soluções a médio e longo prazo podem vir da base, mas será que temos jogadores da base hoje prontos para entrar? Quem é o jogador da base que joga de nove? Thiago. Ele é um jogador de área? Ele treinou com a gente semana passada. Eu trouxe o Vitinho para o jogo hoje. Não tenho a convicção de que eles estejam prontos hoje para esses momentos. Com todo respeito, sei do investimento que está sendo feito. É uma pena termos perdido dois jogadores de ataque. Estamos tentando se ajustar”.
Decisões dos jogadores
“Eu acho que você sempre tem um padrão de jogo e segue esse padrão de combinação de passes, pode onde sair, por onde chegar. No último terço entra mais as decisões dos jogadores. No meio do jogo, cansado, às vezes você toma as decisões erradas. Hoje o Caio forçou algumas bolas. Mas o jogador sempre acha que tomou a decisão certa. Só que nem sempre ele está em um dia bom. O meio de campo tem feito mais jogos de maneira consecutiva, isso cansa mais e faz tomar mais decisões erradas. A gente mostra todas as jogadas onde a decisão é correta, onde deveríamos ter tomado outro tipo de decisão. No gol hoje a gente estava em 3×3. O Juba leva o corte para dentro, muito parecido com o gol do Estevão. Eu sei que sempre se sobressai os erros em uma derrota. Mesmo no 1 x 0, mesmo a gente com mais chances de gol. Eu confesso que a partir do minuto 20 a gente caiu, apagamos até os 20 do segundo tempo. Então cabe a mim a aos jogadores encontrar uma maneira de voltar a vencer. É um momento de abrir o olho, de encontrar boas alternativas para voltar a vencer na quarta-feira”.
Declaração do Textor
“Essa parte é administrativa. Eu não tenho muito a comentar sobre isso. Tem equipes com orçamento dobrado do Bahia. O próprio Botafogo contratou muitos jogadores. Luiz Henrique fez gol ontem. Não entro muito nesse mérito. É uma democracia, cada um tem o direito de falar. Já temos muitos problemas na parte do futebol, não entro nessas decisões administrativas”.
[*] – Fonte: https://www.correio24horas.com.br/