Apesar do nome, os buracos negros costumam aparecer envoltos em redemoinhos brilhantes de matéria chamados de “corona”. A corona é a região de plasma em movimento que faz parte do fluxo de matéria atraída para dentro do buraco negro.
O formato, a natureza e o papel das coronas na alimentação dos buracos negros tem intrigado os cientistas há tempos, mas imagens da missão IXPE (Imaging X-ray Polarimetry Explorer) da Nasa podem ajudar a desvendar estes mistérios. O estudo foi publicado no The Astrophysical Journal.
“Os cientistas há muito especulam sobre a composição e geometria da corona”, disse Lynnie Saade, pesquisadora de pós-doutorado no Marshall Space Flight Center da Nasa em Huntsville, Alabama, autora principal das novas descobertas.
“É uma esfera acima e abaixo do buraco negro, ou uma atmosfera gerada pelo disco de acreção, ou talvez plasma localizado na base dos jatos?”.
A observação de 12 buracos negros demonstra que a corona costuma se estender na mesma direção do disco de acreção — os redemoinhos de gás e detritos dos quais os buracos negros se alimentam — e descarta a possibilidade de que a corona tenha o formato de um poste de luz pairando sobre o disco.
Os dados também apontam que a geometria do disco de acreção costuma ser similar mesmo em buracos negros de diferentes massas.
Segundo o astrofísico Marshall Philip Kaaret, principal pesquisador da missão IXPE, isso é surpreendente porque a maneira como os dois tipos são alimentados é completamente diferente.
“Buracos negros de massa estelar arrancam massa de suas estrelas companheiras, enquanto buracos negros supermassivos devoram tudo ao redor deles”, explica.
As descobertas podem ajudar a entender mais sobre os buracos negros de massa estelar (que costumam ter massa de aproximadamente dez a trinta vezes a do Sol) e sobre os buracos negros supermassivos (que tem massa de milhões a dezenas de bilhões de vezes maior que o Sol) também.
Astrônomos investigam por que buracos negros têm “batimento cardíaco”
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/