O Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou nesta quarta-feira (30) o apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados.
O anúncio foi feito pelo líder do partido na Câmara, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ). A bancada se reuniu nesta tarde na sede do partido para debater o tema. Segundo o líder, os deputados devem criar uma comissão para listar as pautas prioritárias do PL. As demandas serão discutidas com Motta.
“Vai ser formada uma comissão de deputados que vão levar algumas pautas importantes do partido. Essa comissão vai tratar isso ao longo do próximo mês. O apoio do PL esta formalizado, formalizamos agora à noite”, disse o congressista. O líder do PL também afirmou que espera ter “a unanimidade da bancada”.
Além do PL, Motta já tem o apoio oficial de outros cinco partidos: PT, MDB, PP, Podemos e Republicanos, a sigla da qual o deputado faz parte.
Motta é o candidato apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que oficializou o endosso ao deputado na terça-feira (29). Na avaliação de Lira, o paraibano é o “nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez”.
A candidatura de Motta foi viabilizada pela desistência de Marcos Pereira, que ensaiava concorrer ao cargo mas desistiu da disputa para dar lugar a Motta. Nas últimas semanas, Hugo Motta se reuniu com diversas bancadas em busca de apoio na campanha à presidência da Câmara.
O PL é a maior bancada da Câmara, com 92 congressistas. A segunda maior bancada da Casa, formada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), tem 80 congressistas. O PT já formalizou apoio a Motta. PCdoB e PV ainda discutem o tema.
O MDB tem 44 deputados, assim como o Republicanos, partido de Motta. As duas siglas apoiam o congressista. Nesta quarta, o Podemos, que tem 14 integrantes, também anunciou o apoio à candidatura do paraibano.
Ainda nesta semana, o partido de Arthur Lira, PP, também anunciou apoio a Motta. A sigla tem 50 deputados e integra o maior bloco partidário da casa.
O projeto de lei (PL) que anistia os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que tramita na Câmara, é visto nos bastidores como uma “moeda de troca” para o apoio às candidaturas para a presidência da Casa.
No entanto, ao anunciar apoio a Motta, o líder Altineu Côrtes afirmou que o projeto não é uma pauta partidária.
O texto é considerado prioritário para o PL, partido de Jair Bolsonaro. Nesta semana, Arthur Lira encaminhou o projeto para uma comissão especial. Na prática, a medida adia a votação do texto, que já estava pronto para análise no plenário.
Nesta quarta, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que Lira pretende finalizar a tramitação até dezembro. Segundo as lideranças do partido, as deputadas Bia Kicis (DF) e Caroline de Toni (SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), devem liderar a representação da legenda na comissão especial
As indicações dos partidos para a composição da comissão devem ser feitas ainda essa semana. Os deputados do PL não abrem mão do cerne da proposta, que é anistiar os condenados pelo 8 de janeiro, mas enxergam “vários pontos de negociação” para serem trabalhados pelo grupo.
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/
