A menopausa é uma etapa natural da vida da mulher e marca o fim da vida reprodutiva feminina. É a última etapa do climatério, fase de transição entre o período fértil e não reprodutivo da mulher. Um dos seus sintomas mais populares é o fogacho, também conhecido como onda de calor. Mas há outros sinais físicos e emocionais que marcam esse período.Normalmente, a idade média para a menopausa no Brasil varia entre 45 e 55 anos. No entanto, antes disso, podem começar a ocorrer algumas alterações no ciclo menstrual da mulher, com a menstruação se tornando, inicialmente, mais curta e, posteriormente, mais espaçada, conforme explica Marise Samama, presidente da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), à CNN. Leia Mais “A menopausa é confirmada quando há ausência de menstruação por um ano, denominando esse período como menopausa estabelecida”, explica. “As mudanças hormonais podem ser observadas em exames laboratoriais, como a redução do estradiol e aumento dos hormônios que estimulam a ovulação, afetando a capacidade ovariana”, completa.De acordo com Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, ginecologista do Delboni, marca pertencente à Dasa, os sintomas do climatério e da menopausa podem variar de uma pessoa para outra. “Ao entrar na fase de climatério, há uma mudança hormonal e algumas mulheres vão ter mais sintomas físicos ou mais irritabilidade do que as outras”, explica.De maneira geral, os primeiros sintomas físicos que fazem parte do climatério e que antecedem a menopausa são:Do ponto de vista emocional, os sintomas também variam de uma mulher para outra e podem incluir:“A ansiedade e a depressão podem acontecer devido às variações de humor, que vão desde tristeza até raiva. Então, quando a paciente se percebe nessa fase, ela precisa procurar um médico para que ele possa entrar com uma medicação adequada e para que a mulher enfrente essa fase de uma forma mais leve”, orienta Chaves.Quando uma mulher nasce, a quantidade de óvulos que serão liberados ao longo da vida já está definida. Essa “reserva” é usada desde a menarca (primeira menstruação) até a última (menopausa). “Com a perda de mil óvulos por mês, ao entrar no climatério, restam pouquíssimos [no corpo da mulher], resultando em ciclos menstruais irregulares, cessação da produção hormonal e sintomas relacionados à falta de estradiol, essencial para a qualidade de vida”, explica Samama.Como vimos, geralmente, o climatério começa a acontecer entre os 45 e 55 anos, podendo vir mais tarde em algumas mulheres. No entanto, há casos em que essa transição começa mais cedo, por volta dos 40 anos. Essa condição é chamada de menopausa precoce.“Essa condição pode acontecer por diferentes fatores, como câncer de mama, câncer de ovário, câncer de endométrio e outros cânceres que levam à falência ovariana”, esclarece Chaves. Fatores genéticos, doenças autoimunes e o tabagismo também podem estar relacionados a um início precoce do climatério e da menopausa.O tratamento dos sintomas do climatério pode variar de acordo com as necessidades de cada paciente e, por isso, é feito de forma individual. Por exemplo, uma mulher que sofre com ressecamento vaginal pode se beneficiar da hidratação com cremes vaginais ou procedimentos feitos com laser.“Esse ressecamento pode levar à perda de urina, ao desequilíbrio da microbiota vaginal e ao surgimento de fissuras na mucosa e na pele da região vulvar. Então, a hidratação, quando feita de forma adequada, pode oferecer uma proteção imensa contra esses sintomas”, exemplifica Chaves.A terapia de reposição hormonal também é uma opção de tratamento. “O maior benefício da terapia hormonal ocorre nos primeiros dois anos da menopausa, sendo a aplicação transdérmica de estradiol a via mais eficaz, pois evita o metabolismo hepático e proporciona uma liberação hormonal mais constante e equilibrada”, afirma Samama.Porém, não são todas as mulheres que podem fazer terapia hormonal. É o caso de pacientes com câncer de mama e de endométrio, mulheres com alto risco de doença cardiovascular, AVC (acidente vascular cerebral) e trombose, pessoas com doenças clínicas descompensadas, como doença hepática e renal. Nesses casos, uma alternativa é o uso de fitoterápicos, segundo Chaves.Em alguns casos em que os sintomas são leves, o tratamento pode incluir apenas o monitoramento médico e reposição de vitaminas e medicações para melhorar o sono e reduzir a irritabilidade. “Também deve-se prestar atenção à saúde óssea, suplementando cálcio e vitamina D quando necessário”, alerta Samama.Por fim, mas não menos importante, a prática de atividade física durante essa fase também faz parte do tratamento, além da alimentação saudável e rica em ômega-3, segundo as especialistas.Conheça os mitos e verdades sobre a menopausa
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/