O Siafi, Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal, sofreu um ataque nos últimos dias – o governo federal estima que ele tenha causado desvios de R$ 3,5 milhões, além de 200 tentativas de pagamentos ilegais.A invasão foi noticiada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pela CNN na segunda-feira (22).O Siafi é um sistema de informações criado para que o governo consiga acompanhar os gastos públicos. Implantado em 1987, ele é o principal mecanismo para controlar e acompanhar a execução orçamentária, financeira e de patrimônio do governo federal.É onde estão registradas todas as saídas de dinheiro do governo, informando qual a aplicação e de qual servidor público veio.Ele também é utilizado para fornecer informações sobre autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que façam parte do Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União.A gestão do Siafi é de responsabilidade do Tesouro Nacional, órgão que pertence ao Ministério da Fazenda. Leia Mais Centralizado em Brasília, o Siafi é ligado aos órgãos do governo federal espalhados dentro e fora do Brasil pelo teleprocessamento.Dados são transmitidos a uma central onde são processados, permitindo que os computadores trabalhem a distância.O Siafi é dividido em subsistemas, que podem ser divididos em cinco grupos: Controle de Haveres e Obrigações, Administração do Sistema, Execução Orçamentária e Financeira, Organização de Tabelas e Recursos Complementares com Aplicação Específica.Além disso, a utilização do Siafi não se restringe ao governo federal. O sistema também pode ser usado pelo Legislativo e Judiciário.O sistema foi invadido neste mês de abril. A Polícia Federal investiga a transferência ilegal de recursos da União, que até o momento o governo estima em R$ 3,5 milhões, além de 200 tentativas de pagamentos indevidos.Os invasores conseguiram entrar no sistema com dados de acesso de pessoas capazes de fazer operações financeiras dentro do sistema.Até o momento, pelo menos 16 senhas foram utilizadas de forma indevida.Há a possibilidade de que a entrada ilegal ao sistema tenha sido por meio do “phishing”, técnica utilizada para roubar informações por meio do envio de um link. O usuário clica sem saber que seus dados estão sendo roubados.Segundo o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), a rede não foi “hackeada”, mas acessada por dados de alguém já cadastrado no sistema.A investigação acontece sob sigilo, mas o ministro afirmou que um dos responsáveis pelo ataque já foi identificado.Além do governo federal, o Judiciário também sofreu com os ataques. Como apurou a analista da CNN Débora Bergamasco, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi um dos alvos.*Sob supervisão de Marcelo Freire
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/