Sem luz em casa? Veja os cuidados com alimentos estragados

Saúde

Até a manhã desta segunda-feira (14), 500 mil clientes seguiam sem energia elétrica em São Paulo, segundo a concessionária Enel. A falta de energia chegou a afetar cerca de 2,1 milhões de clientes desde a última sexta-feira (11), quando o estado foi afetado por um forte temporal.

O apagão, além de trazer prejuízos financeiros para estabelecimentos e para casas, também pode oferecer riscos à saúde, já que a falta de refrigeração de alimentos aumenta a proliferação de bactérias e fungos.

“Quando os alimentos perdem a refrigeração devido à falta de energia, há um risco significativo à saúde associado ao seu consumo. Isso ocorre porque a refrigeração é crucial para inibir o crescimento de bactérias que podem causar doenças alimentares”, alerta Mariana Valini Monteiro, nutróloga do Hospital Sírio-Libanês, à CNN.

Renato Grinbaum, infectologista e professor do curso de medicina da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), explica que, além disso, a falta de refrigeração também pode levar à perda de nutrientes, vitaminas e à alteração do sabor dos alimentos.

“Eventualmente, passado o prazo de validade, esses alimentos vão conter uma quantidade maior do que aquela que é aceita, podendo levar, principalmente, a uma infecção intestinal”, acrescenta.

Os especialistas enfatizam que alimentos perecíveis, como carnes, peixes, leite e vegetais cortados, devem ser mantidos a uma temperatura de 4 °C, ou menos, para prevenir o crescimento de bactérias. “Quando a temperatura sobe acima desse nível, bactérias como a Salmonella, Escherichia coli e Listeria podem proliferar rapidamente, aumentando o risco de intoxicação alimentar“, explica Monteiro.

Quando a energia elétrica é interrompida por mais de 4 horas, alimentos perecíveis devem ser transferidos para um cooler com gelo para tentar manter a temperatura em até 4 °C, segundo a nutróloga.

Caso a falta de energia persista após esse período, esses alimentos devem ser descartados, mesmo que pareçam ou cheirem normalmente, pois são considerados inseguros para o consumo.

“A identificação da contaminação bacteriana pode ser difícil. Se você tiver um alimento cujo aspecto, cor e odor estão alterados, obviamente você não vai fazer aproveitá-lo. Mas, se você ficou três ou quatro dias com o alimento fora da temperatura adequada, não há garantia de que esse alimento não está contaminado”, enfatiza Grinbaum.

Os sintomas de intoxicação alimentar podem incluir náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e febre. Essas manifestações podem ocorrer horas ou dias após o consumo do alimento estragado.

Em casos mais graves, a infecção pode levar à desidratação e a complicações sérias de saúde, especialmente em pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos, de acordo com os especialistas.

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[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/