Síndrome de Burn On: entenda a condição de exaustão crônica

Saúde

Você já deve ter ouvido falar da Síndrome de Burnout, termo que ganhou força nos últimos anos e chegou a ser reconhecido como “doença ocupacional” pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2022. Agora, em contrapartida ao conceito, a ideia de Síndrome de Burn On começou a ganhar força.O termo “Burn On” foi criado pelos alemães Timo Schiele, psiquiatra, e Dr. Bert te Wildt, psicoterapeuta, autores de um livro sobre o assunto. O material é disponibilizado apenas em alemão , até o momento. O título é “Burn On: Immer kurz vorm Burn Out: Das unerkannte Leiden und was dagegen hilft” (“Burn On: Sempre à beira do Burn Out: O sofrimento não reconhecido e o que ajuda contra ele“, em tradução livre).Enquanto a condição do Burnout caracteriza-se por estresse não gerenciado e em excesso no ambiente de trabalho, o Burn On segue a mesma linha, mas, segundo os autores, a principal diferença é que é uma doença crônica.  Segundo disse Bert te Wild ao portal South China Morning Post, de Hong Kong, o Burn On pode ser classificado como uma “depressão mascarada”.“Achamos que seria construtivo descrever a exaustão depressiva crônica e colocá-la em um termo diferente para categorizar os pacientes com mais precisão”, disse te Wildt sobre a diferenciação do termo Burnout.De acordo com o autor, enquanto os pacientes com Burnout precisam tirar licença médica do trabalho, aqueles com Burn On continuam trabalhando. “Os pacientes estão sempre à beira de um colapso, mas seguem em frente e cultivam, por trás de um sorriso, um tipo diferente de exaustão e depressão”, explicou ele.Enquanto o Burnout é mais “evidente”, o Burn On seria uma condição acompanhada de um sofrimento significativo que tende a ficar oculto, e faz com que a pessoa continue trabalhando normalmente, sem, por vezes, sintomas médicos, mas compromete sua vida pessoal, sem conseguir encontrar até mesmo prazer fora do ambiente de trabalho.“Muitas das pessoas afetadas não veem a ligação entre os sintomas e o amor pelo trabalho”, enfatizou te Wildt. “Pode levar anos até que eles percebam que algo está errado.”Em âmbito emocional, a depressão prevalece sobre uma pessoa com Burn On. As pessoas afetadas também ficam cognitivamente confinadas ao seu trabalho e deixam a vida privada de lado. Segundo os autores do livro, quem tem a condição também manifesta sentimentos de vergonha e culpa, embora estejam sempre disponíveis para ajudar outras pessoas.“Apesar das suas imensas conquistas, eles sofrem com a sensação de nunca fazerem o suficiente”, apontou te Wildt na entrevista.Vazio interior, desespero, falta de alegria e uma sensação de falta de sentido prevalece, segundo os especialistas. O corpo está em constante estado de estresse.Segundo os autores, o Burn On pode ser mais fortemente observado em locais que exigem muito tempo de trabalho, como exceder o horário trabalhando em horas extras. “Depois de uma certa quantidade de trabalho e auto alienação, nenhum trabalho é bom”, diz te Wildt.Sinais de Burn On também podem ser comuns em pessoas que não tem um horário fixo de trabalho e “cuidam” de outras pessoas, como enfermagem e medicina. “Muitas vezes eles são responsáveis ​​por outras pessoas”, explicou te Wildt.Segundo os profissionais, a mudança precisa vir da percepção da pessoa afetada. Segundo Wildt, é importante que eles parem de buscar como eles podem ser funcionais para os lugares e, sim, como podem se identificar emocionalmente com eles.“Gosto de usar o termo ‘santuários’ – que você cria santuários para si próprio que estão fora dos limites do seu modo de trabalho”, pontuou o psicoterapeuta.Ele também ressaltou a importância de estabelecer limites. “Você precisa se perguntar o que está preparado para dar, fazer e o que claramente excede suas limitações, e então traçar os limites.”Por fim, o profissional indicou a busca por auxílio psicológico, que será responsável por ajudar a colocar todas as diretrizes em prática.Síndrome de Burnout: conheça os sintomas e como tratar o quadro

[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/