Astrônomos fizeram o registro com maior resolução da lua Io — que orbita Júpiter — utilizando Grande Telescópio Binocular, localizado no Arizona, Estados Unidos. Este é o corpo com maior atividade vulcânica do Sistema Solar e sua imagem pode fornecer dados sobre as erupções que ajudaram a moldar as superfícies da Terra e nossa Lua.
Para dar a dimensão da capacidade da ferramenta, a equipe de pesquisa compara o registro obtido a uma foto de uma moeda de dez centavos a uma distância de 160 quilômetros. Essa análise foi possível com a utilização de um instrumento óptico de alto contraste, o Shark-Vis, que juntamente com um telescópio consegue anular a distorção induzida pela turbulência atmosférica.
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A lua Io tem um tamanho parecido com a Lua do nosso planeta e seus vulcões apresentam uma atividade extremamente mais intensa que os da Terra. “Io, portanto, apresenta uma oportunidade única para aprender sobre as enormes erupções que ajudaram a moldar as superfícies da Terra e da Lua em seus passados distantes”, disse Al Conrad, cientista associado do Observatório do Grande Telescópio Binocular.
A partir das novas imagens da Shark-Vis os astrônomos conseguiram identificar um fenômeno acontecendo: um vulcão conhecido como Pele, localizado no hemisfério sul de Io, próximo ao equador, está sendo coberto materiais expelidos durante a erupção de Pillan Patera, uma estrutura geológica vizinha.
“Imagens mais nítidas em comprimentos de onda visíveis, como as fornecidas pelo Shark-Vis e o Grande Telescópio Binocular, são essenciais para identificar tanto os locais das erupções quanto as mudanças de superfície não detectáveis no infravermelho, como os novos depósitos de pluma [coluna de material expelida durante uma erupção]”, disse Imke de Pater, professora emérita de astronomia da Universidade da California-Berkeley e co-autora da pesquisa.
Até agora, esse tipo de visão só havia sido alcançado por espaçonaves enviadas a Júpiter. “A visão apurada do Shark-Vis é adequada para observar as superfícies de muitos corpos do Sistema Solar, não apenas as luas dos planetas gigantes, mas também asteroides”, disse Simone Antoniucci, cientista que opera a ferramenta. E completou: “Já observamos alguns deles, com os dados sendo atualmente analisados, e estamos planejando observar mais.”
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/