Muitos fatores de risco podem levar a um derrame, mas a magnitude do risco de algumas dessas condições ou comportamentos pode ter uma associação mais forte com um acidente vascular cerebral (AVC) grave em comparação com o AVC leve, de acordo com um novo estudo publicado na quarta-feira (20), na revista Neurology.
O AVC é a terceira principal causa de morte no mundo, segundo um estudo de novembro de 2018, causando cerca de 5,5 milhões de mortes anualmente.
“Um derrame ocorre quando o sistema nervoso central é lesionado devido a uma causa vascular, que pode ser devido a um bloqueio, responsável por cerca de 80% dos derrames nos Estados Unidos, ou um vaso sanguíneo rompido, que é uma hemorragia, representando 20% dos derrames nos Estados Unidos”, afirma Steve Messe, professor de neurologia da Universidade da Pensilvânia, que não participou do estudo.
Alguns riscos associados ao AVC são hipertensão (pressão alta), fibrilação atrial (batimento cardíaco irregular) e tabagismo, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
O recente estudo revisitou dados coletados entre 2007 e 2015 como parte do estudo INTERSTROKE. Os pacientes foram recrutados de 142 centros em 32 países e responderam a questionários padronizados para medir fatores de risco.
Os pesquisadores observaram 13.460 pacientes com derrame e dividiram os casos com base em se sofreram um derrame grave ou não grave, categorizando-os usando uma escala de seis pontos que mede o grau de incapacidade do paciente.
“Este estudo analisou a associação entre fatores de risco modificáveis com AVC grave e leve-moderado. Três fatores de risco — pressão alta, tabagismo e fibrilação atrial (que é um ritmo cardíaco irregular) foram relacionados com maior risco de AVC grave em comparação com AVC leve-moderado”, explica Catriona Reddin, primeira autora do estudo, por e-mail.
Pesquisas anteriores já haviam relacionado obesidade, pressão alta e colesterol elevado a AVCs, o que é consistente com as descobertas deste novo estudo.
A pressão alta é um risco que a maioria das pessoas subestima, e como 50% dos americanos têm pressão alta, é um fator de risco importante a ser considerado, diz Andrew Freeman, diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar do National Jewish Health em Denver.
“Nosso estudo destaca que alguns fatores de risco são particularmente importantes para AVC grave. Esperamos que ouvir os resultados do nosso estudo possa enfatizar a importância de gerenciar os fatores de risco de AVC”, diz Reddin, registrador especialista em medicina geriátrica no University Hospital Galway e pesquisador associado na University of Galway, na Irlanda.
A pressão alta pode ser causada por um estilo de vida não saudável ou certas condições de saúde, como diabetes ou obesidade. A condição também pode ocorrer durante a gravidez. A hipertensão pode danificar o tecido do coração e o sistema de condução, levando à fibrilação atrial, ou batimento cardíaco irregular, segundo a Cleveland Clinic.
O tabagismo está fortemente associado a doenças cardiovasculares e pode fazer o sangue coagular e bloquear o fluxo sanguíneo para o coração e o cérebro.
Focar em uma alimentação baseada em plantas, exercitar-se mais, estressar-se menos, amar mais e dormir o suficiente pode ajudar a reduzir o risco de AVC, segundo Freeman. Reduzir o sal na dieta, evitar alimentos ricos em colesterol e comer frutas e vegetais frescos pode ajudar a baixar a pressão arterial.
Manter-se ativo também pode baixar a pressão arterial e ajudar a manter um peso saudável. Na verdade, pessoas mais ativas têm um risco 25% a 30% menor de AVC do que as pessoas menos ativas, segundo a American Heart Association.
Também foi descoberto que o exercício físico reduz os efeitos negativos do estresse, incluindo picos de pressão arterial , ao aumentar a produção de endorfinas.
No entanto, se você suspeitar que você ou alguém próximo está tendo um AVC, ligue imediatamente para o serviço de emergência e vá para um pronto-socorro o mais rápido possível, segundo Messe. O tratamento do AVC é sensível ao tempo, por isso é importante agir rapidamente.
Calor está relacionado ao aumento de casos de AVC no mundo, diz estudo
[*] – Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/